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sábado, 12 de julho de 2025

CÃES: O AMOR MAIS SINCERO. A PSICOLOGIA EXPLICA

 


Imagem: Autoria não identificada

 

Tom Simões, jornalista, Santos (Brasil), 12 de julho de 2025

 

Eis uma dessas cenas que me chocam regularmente, ao me deparar com indivíduos que vivem em condição de vulnerabilidade social. Numa tarde fria, aquela criatura humana deitada com o cãozinho na calçada. Chamou-me a atenção um recipiente com pedaços de pão, apenas. Como também, um senhor que por ali caminhava, despertando o pobre homem e perguntando o que o bichinho comia. “Come o que eu como, disse ele”. “Esses pães aí?”, retrucou o generoso senhor, prometendo: “Vou comprar ração para o bicho, volto logo...”

Sim, uma ação simples ao longo do nosso cotidiano faz toda a diferença, gerando impacto positivo ao nosso redor. Lembrando Chico Xavier, “Cada boa ação é uma luz que você acende em torno dos próprios passos”.

domingo, 19 de julho de 2020

Um trabalho exemplar com moradores de rua

Por Guilherme Rodrigues Simões, jornalista


Imagem: Pixabay


Acompanhamos diariamente notícias revoltantes e desanimadoras na mídia, principalmente por conta de nossos políticos, ora envolvidos em ‘desvios financeiros’, ora responsáveis por declarações e medidas inoportunas.

O jornalismo cumpre o seu papel, ao apurar o que está errado e defender o interesse público. O erro da mídia, a meu ver, está em ceder pouco espaço a notícias boas, construtivas, capazes de trazer esperanças de um mundo melhor. Boas iniciativas também ‘vendem jornal’, repercutem e podem educar a população. Cabe ao jornalismo rever suas estratégias nesse sentido.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Com muita fome, na rua...

Tom Simões, jornalista, tomsimoes@hotmail.com, Santos (São Paulo, Brasil), outubro 2017




DE manhã cedo. Eu saía do caixa eletrônico do Banco. Encontrava-me já dentro do automóvel. Ali observei um homem revirando a lixeira, na calçada, em busca de comida. O cão, ao seu lado. Dali retirou um recipiente com resquícios de molho de tomate. Levando-o à boca várias vezes, e como de lá nada saísse, descartou-o. Senti no semblante daquele ser humano o desespero da fome. E, no seu cão, o amor incondicional, a companhia inseparável; ele seguia alegremente o homem faminto, como se dissesse: ‘Vamos, vamos em frente. É preciso não desconsolar’. Estaria também faminto, o cachorrinho? Mas eu creio que essas pessoas costumam até sacrificar a sua fome. Prioridade para o seu bicho! Pensei em dar algo ao homem. Como é do meu costume. Olhei-o fixamente, mas ele desviou o olhar. Passei mal depois. Deveria ter descido do carro. Não me perdoei, por não me deixar levar pelo primeiro impulso!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Moradores em situação de rua e seus cães


Invisíveis para a sociedade, moradores de rua enxergam em seus animais de estimação o companheirismo que não encontram nos humanos. Eles deixam de comer para alimentar os bichinhos. E contam histórias de cumplicidade que aliviam o drama de viver na rua. Ao adotar cães abandonados, o morador de rua passa a ter também a sua função social. Quem já pensou sobre isso? Mas, mais do que isso, o morador de rua acaba servindo como um detector da capacidade de empatia e generosidade de seres humanos. O ato da doação a um desalojado sempre é capaz de levar transeuntes insensíveis à reflexão.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

MORADORES DE RUA EXPERIMENTAM O AUTOCONHECIMENTO

Num encontro pela manhã, eles abrem o coração
 e se sentem um pouco mais leves

Pais e Filhos - Prato de Sopa

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O CÃO E O MORADOR DE RUA


Sexta-feira, logo cedo. Dia em que costumo ir à feira-livre. Está sempre ali, ao lado da barraca onde compro frutas, um morador de rua, ao qual normalmente dou uma pequena contribuição. Hoje, ele se aproximou de mim bastante emocionado. Brinquei com ele: “Você nunca esquece de mim!” Foi quando ele desandou a chorar, mostrando-me um pequeno ferimento na nuca. Foi ela, apontou ele. A sua companheira, com uma faca. E ele chorava, chorava muito, como que desabafando comigo todo o seu estado de penúria. Emocionei-me bastante. Emocionei-me com o ser humano batendo à minha porta... Mas emocionei-me sobretudo com os três cães do pobre homem, juntinhos a ele, sem desgrudarem, enquanto ele desabafava comigo as mágoas de sua vida. Naquele momento percebi o amor incondicional daqueles animais. Foi quando imaginei: nada, nada no mundo pode ser tão valioso para o morador de rua: “o seu cãozinho de estimação”! 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

“PRATO DE SOPA”: ACOLHIMENTO PROFISSIONAL A MORADORES DE RUA

Imagem: www.arquivoderua.com
Eles acolhem moradores de rua da cidade de Santos (SP), um trabalho de formiguinha que depende do idealismo e dedicação de pessoas especiais. É a “Associação Prato de Sopa Monsenhor Moreira”, www.pratodesopa.com.br, que em 2010 serviu 9.600 refeições mensais, promoveu o resgate de 250 moradores de rua e qualificou profissionalmente 60 mulheres vítimas de maus tratos.

Trata-se de uma instituição beneficente declarada de utilidade pública pela Prefeitura Municipal de Santos em 1960, pelo Governo do Estado de São Paulo em 1986 e pelo Governo Federal em 1993.

Criada em 27 de junho de 1930 com o objetivo de dar um prato de sopa a quem tinha fome, essa entidade sempre trabalhou junto à população de rua, procurando diminuir os efeitos da miséria.

Hoje, a Associação vai além de um prato de sopa, desenvolvendo projetos focados na inclusão social e no resgate da cidadania.

O município de Santos mantém o projeto “Fênix”, que contempla o morador de rua dando-lhe emprego e moradia por um período de 18 meses, até que ele consiga caminhar sozinho. A Associação Prato de Sopa insere nesse projeto moradores que vivem nas ruas por mais de dez anos.

Há moradores que a Associação encaminha para empregos. Eles retornam a essa entidade assistencial para mostrar o vínculo empregatício registrado em Carteira. Com certeza resgatam sua cidadania.

A droga e o álcool são companheiros dessa população. A “Prato de Sopa” consegue a internação hospitalar de alguns moradores de rua, para tratamento. Em 2010, o curso “Gestão Domiciliar” formou duas turmas de mulheres e todas saíram empregadas, devidamente inseridas no mercado de trabalho, incluindo casas de família, hotéis e estabelecimentos comerciais.

“UMA PESSOA”?...

Sobre a triste realidade da população de rua, Marcus Vinicius Batista, jornalista de Santos, traz-nos interessante reflexão em seu artigo “UMA PESSOA?”, publicado na coluna “Conversas e Distrações”, www.boqnews.com, de 12 de junho de 2011.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

MARGINALIZADOS

Imagem: http://g1.globo.com
Para muitos, é simples argumentar: não dou esmola para vagabundos. A sociedade se acostumou a não mais enxergá-los perambulando pelas ruas da cidade. Ainda que as pessoas não contribuam com algo material, apenas o fato de perceber a condição do desamparado já pode representar algo positivo para elas, ao menos que seja para valorizar a própria vida que elas levam.

É preciso não desistir da possibilidade de, qualquer um destes dias, substituir a indiferença pela solidariedade. Solidariedade: esse ato de manifestação da essência divina adormecido em muitos de nós. 

MORADORES DE RUA: PSICÓLOGO E EMPRESÁRIO DÃO EXEMPLOS

Imagem: http://mosca-branca.blogspot.com
Tenho muita sensibilidade com moradores de rua. Quando leio algo produtivo sobre eles, fico feliz. Penso: que bom, eles não são totalmente ignorados. De quando em quando, é possível nos surpreendermos com um bom cidadão estendendo a mão para um desamparado.

Como estes: o psicólogo Edson Fragoaz (1), 46, que trabalhou em clínicas públicas para doentes mentais. “Tempos depois, ele se entusiasmou pela fotografia. Juntou, então, suas duas habilidades. Acompanha ex-moradores de rua, que são convidados a fazer registros fotográficos, desde o início do ano”, escreve Gilberto Dimenstein em sua crônica “Galeria da rua”, publicada na Folha de S. Paulo, Cotidiano, de 13 de outubro de 2010.

Moradores de rua: cidades paulistas inspiram ações solidárias...

Guilherme Simões,junho 2010  

Condições para que moradores de rua se alimentem e estudem. É o que a Associação Prato de Sopa Monsenhor Moreira, da cidade de Santos, oferece a essas pessoas. Um café da manhã e um almoço já seriam suficientes para atrair qualquer ser humano carente. Porém, não está apenas no fato de oferecer alimentação básica o bom exemplo da Associação, que também ensina a ler e a escrever, além de desenvolver várias atividades destinadas a orientar, pessoal e profissionalmente, pessoas que vivem nas ruas.

A maioria dos desabrigados que frequenta a Associação Prato de Sopa, que em junho deste ano completa 80 anos, não tem uma referência familiar na cidade. Segundo Carlos Teixeira Filho, secretário municipal da Assistência Social de Santos, o censo de 2010 aponta que a população em situação de rua aumentou 13,45% em comparação ao mesmo levantamento realizado em 2006. Passou, nesse período, de 342 para 388 pessoas sem lar. A pesquisa indica, ainda, que cerca de 89,5% dos moradores de rua entrevistados são do sexo masculino e 54,9% têm entre 30 e 49 anos . Dentre os motivos que mais originam moradores de rua, segundo o censo, 17% é o desemprego, enquanto 16%, problemas com o pai e outros familiares e outros 16%, alcoolismo ou uso de drogas. Causas como separação amorosa e perda de moradia também são bem citadas como origem do problema.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Semáforos: esmolas, venda de guloseimas, deficientes físicos, crianças equilibrando objetos...

Ao me defrontar nas ruas com alguém pedindo esmola, ou alguém vendendo algo no semáforo, sinto-me sempre angustiado. Como hoje, 29 de julho de 2003. Em dois semáforos na avenida Washington Luiz, em Santos, em lados opostos, dois portadores de deficiência física, em cadeiras de rodas, vendiam guloseimas. Se a gente é sensível a essa realidade, fica difícil passar ileso. Fica a tristeza, a reflexão sobre se colocar no lugar do outro, ou então, a quem toca o coração, o ato da doação ou então de um sorriso espontâneo. Quem observa com o coração os excluídos nas ruas tem já, certamente, algum tipo de compromisso com essas pessoas. Ainda que seja um simples “bom dia”, que significa a percepção do outro.

“Toda a humildade de que se precisa para pedir ajuda converte-se em humilhação quando se pede esmola. A humilhação rebaixa o homem no que toca a sua condição de humanidade, e não ao seu status social. Torna-o um ser humano menor, de segunda classe, que não pode jamais arcar sequer com a própria sobrevivência”, escreve Dulce Critelli, professora de filosofia da PUC-SP (Folha de S.Paulo, Equilíbrio, 17/7/2003). 

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sobre mendigos

Segundo o Mestre Dalai-Lama, quando nos deparamos com o sofrimento humano, é mais importante agir com compaixão do que questionar a posição política daqueles que estamos ajudando. A verdadeira compaixão decorre da percepção do sofrimento dos outros. Nós nos sentimos responsáveis e desejamos fazer algo por eles.

Carlos Ruiz Zafón, em sua obra: “A Sombra do Vento”, também reflete sobre o mendigo, imaginando como ele expressa o seu sentimento: “As pessoas olham para você com nojo, inclusive os que dão esmolas, mas isso não é nada comparado à repugnância que se sente de nós mesmos. É como viver aprisionado num cadáver ambulante, que sente fome, que fede e demora a morrer”.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Mendigos: eles também nos ensinam muito

Naquela tarde, algo me chamou a atenção: um homem dividindo a comida com o seu animal. Qual dos dois estaria mais faminto? Pensei nessa coisa do amor correspondido. Em relação àquele homem, o sentimento do cão é o exemplo perfeito de amor desinteressado. Desencantado, é o animal que lhe empresta algum sentido à vida, alguma compensação. O cão, quem sabe, representa um filho, um amigo. Representa talvez um resgate da sensação de utilidade, da construção de uma relação simbiótica.

A fidelidade do animal é inquestionável. Talvez o cão represente para o homem-mendigo: um objetivo de vida, manter o bicho alimentado; uma prova de amor, indispensável para a sobrevivência humana; e uma oportunidade de se sentir útil, recompensado.

Constantemente, cenas com mendigos me obrigam a parar para pensar. Muitos andam acompanhados por cães. Imagino se há dificuldade para essas pessoas dividirem o escasso alimento com seus bichos. Só não fico mais angustiado por acreditar que a grandeza do ato do mendigo é resposta à fidelidade do animal. Por acreditar que a reciprocidade é que dá dignidade à vida desse homem.

domingo, 13 de julho de 2008

“Poucos de nós vão além daquilo que nos é solicitado”

César Romão, trecho de sua obra "Fábrica de gente"
Em meio à chuva e às buzinas dos motoristas inquietos, algo chamou minha atenção embaixo do

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Sobre Madô Martins, amiga, jornalista e escritora

Ao ler uma das minhas crônicas, Madô escreveu, em fevereiro de 2006:

“Aqui no meu bairro, na minha janela, é comum ver casais ou grupos de carrinheiros. Também me dói o coração ver quando uma das mulheres varre o chão,

quarta-feira, 25 de junho de 2008

O Triste Despertar ao Relento

Domingo, 15 de janeiro. Um lindo dia de sol. Saí, pela manhã, para caminhar pela praia. Logo após colocar os pés na rua, deparei-me com um homem e seu filho, pré-adolescente, sobre uma calçada, revelando-se terem ali passado a noite. O menino dormia,  profundamente, sobre o chão frio. No semblante do pai, sentado,  aquela triste cena chocou-me profundamente, sendo constantemente rememorada ao longo do dia.

terça-feira, 10 de junho de 2008

O Sorriso do Morador de Rua

Imagem: http://reikipro.files.wordpress.com
Incomoda-me muito esses seres humanos, deitados nas calçadas das ruas, embrulhados em lençóis, largados ao destino, sabe-se lá por que razão. Quem consegue passar por um deles e não se sensibilizar?

Talvez seja mais fácil, segundo a concepção da maioria das pessoas, alegar que se tratam de vagabundos desejosos de viver à mercê de quem trabalha. Essa maioria então, com base na falsa convicção, passa indiferente pelos moradores de rua, sem se render à emoção. Tal convicção garante o alívio diante do cenário e o conseqüente descompromisso: – “Não posso resolver o problema do mundo”. E a maioria segue em frente, insensível a esse desconfortante cenário público.

Quem é capaz de pensar no que leva indivíduos a morar nas ruas? Que tipo de alicerce tiveram esses indivíduos, bem ou mal sustentados pelas famílias, para chegar a esse tipo de sobrevivência desumana, carregando o seu “patrimônio”, resumido a uma trouxa de pertences, de uma a outra calçada de rua, onde “reside” por períodos de curta permanência?

Quem é capaz de pensar em possíveis traumas que essas pessoas podem ter sofrido, ao longo de suas existências? Quem é capaz de pensar que elas podem apresentar possíveis patogenias? Quem é capaz de pensar que elas não têm oportunidade de expressar os seus males, por conta de uma sociedade indiferente e individualista? Quem é capaz de transformar egoísmo em compreensão e generosidade, quem é capaz?