Diante de um cenário cibernético e outro cenário humano sombrio, há que se crer que a sociedade ainda será capaz de buscar o equilíbrio necessário para a sua sobrevivência
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Imagem: www.agendasustentável.com.br
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ESCREVI ESTE ARTIGO há algum tempo. Mas creio ser ele ainda oportuno para uma boa reflexão.
No papel que se possa atribuir à ciência e à tecnologia (esta entendida como a forma de transformar materiais, facilitar o trabalho humano, acelerar ciclos produtivos e gerar riquezas econômicas) no desenvolvimento nacional, pode estar escondido um vício de definição. Pode-se chamar desenvolvimento a um simples conjunto dos frutos tecnológicos, a uma profusão de teorias e máquinas a intermediar as ações humanas, ou deve-se amarrar esse termo à ideia de felicidade do homem e preservação do ambiente e dos ciclos naturais? Caso a resposta seja “sim, deve-se amarrar”, teremos que ser muito mais rigorosos com a ciência e a tecnologia, pois não se deve aplaudir uma conquista que exigirá duas outras para corrigir as suas repercussões sociais e ambientais.
Em entrevista, o filósofo francês Michel Serres (1) foi indagado sobre as novas possibilidades e os novos desafios que o desenvolvimento tecnológico apresenta para a educação e a comunicação. Serres diz que “Como cada mudança de suporte da informação tem trazido, na história, transformações consideráveis nas maneiras de vida (por exemplo, a invenção da escrita ou dos processos de impressão), devemos esperar mudanças igualmente radicais no futuro”. Daí também uma questão: a ultravelocidade de evolução que a ciência tem trazido aos atuais suportes tecnológicos da comunicação (computadores cada vez mais velozes, internet, telefonia celular e por satélite etc.), com a consequente ultradisponibilização de informações, pode levar a um “fastio informacional”?