Somente a doação desinteressada por parte de cada
indivíduo fará surgir um mundo completamente diferente
“A COOPERAÇÃO ocorre
com naturalidade e facilidade quando amamos o que estamos fazendo; desse modo,
a cooperação é um prazer. Mas, para amar, deve ocorrer o abandono da ambição,
da ganância e da inveja. Não?”, indaga Jiddu Krishnamurti, em ‘Comentários
sobre o Viver’ (breves textos, volume 3). O filósofo Krishnamurti desafia
os limites do pensamento.
Quando você se dedica a uma ação voluntária, pergunta
o filósofo, não seria pelo desejo de ser alguém, de realizar sua ambição, ou
para fugir de um sentimento de frustração? “De fato, pode haver alguém com o
desejo de ser conhecido como um reformador ou como quem deseja o sucesso. Todos
se esforçam para galgar os degraus do sucesso e da fama; isso é normal e
humano. Seria mesmo?”
Na visão do autor, você não colocará um fim na
crueldade enquanto seus esforços para acabar com ela forem benéficos apenas
para si mesmo. “Se não puder realizar sua ambição ou fugir de sua frustração e
tristeza ajudando os animais, por exemplo, então, se voltará para outros meios
de realização. Tudo isso indica que você não está minimamente interessado nos
animais, a não ser como meio para o próprio ganho pessoal”, explica.