Bom demais um encontro como este. O neurocientista diz também ter sua própria religião, seu altar, quando Marcelo Tas brinca: “Você está virando xamã?”
Assista à entrevista, https://www.youtube.com/watch?v=7XZ-3J8EAf0
Tom
Simões, 11 de agosto de
2022
Meus leitores conhecem meu hábito de compartilhar uma ou outra entrevista comandada por Marcelo Tas no programa #Provoca, exibido na TV Cultura. Costumo dizer que numa conversa produtiva, numa leitura útil, a gente sempre sai melhor do que era antes.
Sidarta Ribeiro é neurocientista, biólogo; fundador, professor titular e vice-diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; doutor em neurociência e capoeira.
No dia 9 de agosto de 2022, Tas conversou com Sidarta. Eles abordaram o uso recreativo e medicinal da Cannabis (os estudos feitos com psicodélicos que comprovam os benefícios dessas substâncias), espiritualidade, amor e muito mais. Ainda na edição, o neurocientista explica como os psicodélicos podem ajudar no tratamento de doenças. “As substâncias psicodélicas são remédios que foram descobertos por populações originárias", diz.
De acordo com https://g1.globo.com/saude/noticia/2022/06/05/cannabis-medicinal-o-que-e-o-sistema-endocanabinoide-e-como-a-planta-age-no-corpo.ghtml, publicado em 5 de junho de 2022, a importação de produtos à base da planta cresceu 15 vezes nos últimos cinco anos e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já permite a venda de 18 deles nas farmácias. Evidências vão do tratamento da epilepsia à ansiedade.
“A cannabis é o gênero da planta proibida, a maconha, mas também é a planta medicinal utilizada para o tratamento de epilepsia refratária, dor crônica, Alzheimer, ansiedade e Parkinson, uma lista com 26 condições médicas. Em meio à liberação da importação e a desmistificação dos usos da erva — cada vez mais direcionados a propriedades terapêuticas — os especialistas passam a utilizar termos nem sempre conhecidos por todos: CBD, THC e sistema endocanabinoide, entre outros”, cita o referido artigo.
Xamanismo e
neurobiologia
De acordo com a
literatura, o xamanismo é uma
percepção religiosa que confere ao xamã a capacidade de entrar em transe e se
conectar com o mundo espiritual. Essa conexão o capacita para curar
doenças, influenciar a natureza, facilitar a caça, adivinhar segredos, predizer
o futuro, afastar o mal ou exercer funções de um sacerdote.
“As substâncias psicodélicas são remédios que foram descobertos por populações originárias. Essas substâncias foram negadas pela sociedade urbana, contemporânea e eurocêntrica (que valoriza em demasia os valores europeus para interpretar o mundo e a realidade, em detrimento do restante) por muitas décadas e hoje entram pela porta da frente da medicina, transformando a psiquiatria. E há quem acredite existir uma alternativa a esse uso cotidiano de antidepressivos convencionais”, comenta o professor Sidarta em https://www.em.com.br/app/noticia/cultura/2022/08/09/interna_cultura,1385438/neurocientista-sidarta-ribeiro-defende-o-uso-medicinal-da-maconha.shtml
Sidarta diz também ter sua própria religião, seu altar, quando Marcelo Tas brinca: “Você está virando xamã?”
“Todo mundo é meio xamã, e quando trabalha com neurobiologia você entra em questões xamânicas. Uma questão xamânica importante e que está em evidência por causa do advento da renascença dos psicodélicos na psiquiatria e da própria cannabis é a importância do contexto para a cura espiritual ou psíquica, o ambiente, o som, o cheiro, a companhia, quem está junto segurando a sua mão, que palavras foram ditas”, complementa Sidarta Ribeiro.
Ele é autor de ‘O Oráculo da Noite: A história e a Ciência do Sonho’, quinto livro de sua autoria, lançado em 2019, e articulista do jornal Folha de S.Paulo.
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