A qualquer momento, quando você estiver na sintonia certa com a existência, Ele se revelará...
Imagem: Autor não identificado
A BUSCA do reino de Deus
(ou Reino dos Céus, Mundo de Luz, Natureza Divina, Força Onipotente...) é o
eixo central dos ensinamentos de Jesus.
Existe uma verdade subjacente a todas as religiões: a minha religião é uma religião interior. Há algo que diz: “Deus habita o nosso interior. Na palavra ‘Deus’ tem um ‘eu’.”
Você já observou que, quando os pensamentos param por um instante, a primeira coisa que se sente é um estado de bem-aventurança? Isso permite que o ‘eu superior’ se reflita no nosso ‘eu inferior’. A centelha divina habita a alma de cada um. Porém, embora o acesso ao Pai esteja franqueado a todas as pessoas, esse acesso exige um comprometimento e uma força moral a toda prova. Poucas criaturas então estão aptas a essa experiência.No artigo “O Deus Interior”, João Medeiros explica o que significa “inteligência espiritual”. É ter um sentido de vida pleno, com significado e um propósito motivador que nos faça acordar todos os dias com fé, alegria, esperança e ter a percepção de estarmos no caminho certo.
“A realidade é que a maioria das criaturas tem uma vida robótica, sem pensar ou refletir profundamente sobre o significado de sua vida, sem motivação ou convicção num plano superior da existência. E sem compreender a possibilidade de uma vida muito mais feliz à sua espera, desde que ultrapassados os limites da zona de conforto e ignorância”, escreve Medeiros.
Esse autor entende que cada ser humano é um Deus, manifestado ou ainda não desperto. “As forças cósmicas, eletromagnéticas ou gravitacionais (como queiram chamar) impelem-nos à consciência e, por conseguinte, à iluminação. Mesmo que queiramos resistir ao processo, será inevitável, um dia, brilharmos como ‘estrelas’ no palco da vida.
A redenção do ser humano (ou a manifestação do ‘Deus Interior’) está essencialmente atrelada à iluminação da mente, ou seja, à autoconsciência. Deus manifesta sua própria natureza divina na nossa natural generosidade com o mundo como um todo.
“Deus está ali, mas você não pode ver, porque seus olhos estão cegos pelos conceitos que lhe são transmitidos. Se você tem certa ideia de Deus, não poderá senti-lo. Sua ideia se tornará uma barreira. Retire todas as ideias que reuniu a partir de fora, só então você poderá ir para dentro, para o seu interior. Senti-Lo só acontece quando você não está procurando por algo em particular e está aí aberto (a), disponível para a revelação espontânea”, lembra Osho, filósofo indiano. Basta esperar. Deus é um acontecimento. Se você está em silêncio, aberto (a), amoroso (a) para com o seu próprio ser, consciente, Ele se manifestará. A qualquer momento, quando estiver na sintonia certa com a existência, isso vai lhe acontecer.
A Natureza age para nos mostrar o caminho. Eu abro a página de um livro, e encontro ali tudo que precisava naquele momento...
Segundo a ‘cabala’, sistema filosófico-religioso judaico de origem medieval, coincidências podem ser uma mensagem sagrada para a vida. De acordo com o doutor Edward Hoffman, professor de psicologia na Yeshiva University, universidade judaica em Nova York, existe um plano divino para cada um de nós e as coincidências nos ajudam a ver tal plano em ação. Hoffman é autor do livro ‘A Sabedoria de Carl Jung’ (Editora Palas Athena).
Mas será que o Universo tem, de fato, alguma influência sobre esses acontecimentos? A cabala afirma que sim. De acordo com esses antigos ensinamentos, existe um plano divino para cada um de nós e as coincidências nos ajudam a ver tal plano em ação. As mensagens de vida advindas desses episódios são destinadas a nos guiar – exemplo do que os cabalistas chamam de Divina Providência. Esses eventos são misteriosos, surpreendentes ou espantosamente coincidentes. Quanto mais receptivos estivermos, maiores as possibilidades de crescimento espiritual.
Você conhece o termo ‘sincronicidade’? Ele foi criado pelo psiquiatra suíço Carl Jung para explicar o fenômeno das ‘coincidências significativas’. Assim como os cabalistas, Jung acreditava que o Cosmo é permeado por uma harmonia divina e que eventos como esses revelam que tudo está conectado. Como terapeuta, ele descobriu que as pessoas começam a vivenciar momentos mais repletos de coincidências quando estão em um período de transformação e crescimento pessoal. Jung estudou a cabala e pode ter sido influenciado pelos ensinamentos desse fenômeno.
As sincronicidades acontecem quando soltamos a mente. "Diante de um momento de 'relaxamento' do ego, podemos ser visitados por imagens vindas do inconsciente, tanto individual quanto coletivo", revela Luciana Bagatella, psiquiatra e diretora de comunicação da SBPA (Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica).
Em seu artigo “A coincidência é a presença de Deus em nossas vidas”, Marina Gold escreve: “Sincronicidades são gatilhos para uma transformação pessoal”.
O objetivo das sincronicidades é nos fazer olhar para dentro de nós. "Jung nos ensina que o self - ou totalidade psíquica - tem o interesse de fazer com que o ego se volte para a psique, para a alma. O problema é que o ego nega a alma. Porque quando a reconhece, ele é obrigado a admitir sua finitude", analisa Waldemar Magaldi, psicanalista junguiano e coordenador do IJEP (Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa). Ele acrescenta que, ao negar a alma, o ego se concentra nos acontecimentos externos. O resultado desse distanciamento é uma vida de angústias e sofrimentos. “Não adianta ser só coincidência sem produzir uma mudança de visão de mundo, um significado”, complementa o psicanalista.
Marina Gold admite que quando qualquer coincidência - positiva ou negativa - acontece, é porque Deus está presente. “Assim, se você precisa muito que algo de bom aconteça, ou se deseja se proteger de algum mal que sua intuição aponte como risco, você deve se dirigir a Ele. Pedir Sua presença é a única forma de trazer fatos positivos para sua vida, ou evitar tudo aquilo que não é desejável.”
“Tudo o que sinto esbarra em Deus”, escreve Adélia Prado, poetisa brasileira. É dessa maneira que eu, Tom Simões, sinto a Presença Divina manifestar-se. Ela ‘esbarra’ em mim a todo momento que me doo desinteressadamente, que perdoo, que reflito sobre um erro e tento corrigir-me, que medito, que contemplo a Natureza... É quando experimento momentos de paz profunda, o maior bem que pode ser alcançado. Deus resplandece mais e mais no interior dos buscadores. A mente individual se une à mente cósmica. É quando ocorre uma transformação automática e sem esforço, fazendo tudo caminhar para melhor.
Tudo está conectado num universo maior, mas nosso paradigma de pensamento não está preparado para isto. A força onipotente da Natureza está em nosso favor. A união da consciência com esse campo revela as sincronicidades, que tornam a vida mais interessante e com significados profundos.
O encontro com Deus só é possível quando nos internalizamos, uma vez que é necessário estar pronto para sentir a Sua presença. Ele se deixa facilmente encontrar quando damos direcionamento correto à vida.
Fontes consultadas:
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Cláudio
Antônio de Carvalho Xavier e Barry Bowden, membros da Sociedade Teosófica,
revista Sophia (Ciência, Religião e Filosofia), ano 18, número 88.
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https://joaomedeiros.com/o-deus-interior/
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