sexta-feira, 23 de novembro de 2018

“O Poder da Presença”


Amy Cuddy, nascida em 1972, Pensilvânia (EUA): psicóloga social, pesquisadora e professora da Harvard Business School, bem conhecida por sua pesquisa sobre o fenômeno do ‘poder posando’.





Sua linguagem corporal molda quem você é

Em seu livro, ‘O Poder da Presença’, inteligente e prático, a autora analisa a psicologia da presença quando mais precisamos dela. Para Amy Cuddy, a transformação da mente parte de uma simples mudança de comportamento. Ela ensina técnicas para superar o medo em momentos de alta pressão e melhorar nosso desempenho.


Está cientificamente comprovado que manter posturas seguras aumenta a autoconfiança e garante tranquilidade para a gente se conectar com as pessoas. Nesse estado mais calmo e seguro, consegue-se ser mais autêntico, marcar presença e exibir competência, mesmo em situações desafiadoras.




GOSTARIA de começar oferecendo uma oportunidade para melhorar a vida, e tudo que preciso é que vocês mudem a postura por dois minutos. Peço a vocês, agora mesmo, que façam uma pequena auditoria de seus corpos e do que estão fazendo com eles. Quantos de vocês estão meio que se encolhendo? Talvez corcundas, cruzando as pernas, talvez cruzando os tornozelos... Às vezes seguramo-nos nos próprios braços. Às vezes abrimo-nos. Quero que prestem atenção no que estão fazendo agora. Aprendendo a se ajustar um pouquinho, isso pode mudar a maneira como a sua vida pode desenrolar-se.”   




Livros Recomendados

TENHO este hábito. Sintetizar livros que leio, compartilhando trechos de alguns deles com meus seguidores. Isso não impede o leitor de adquirir a obra mencionada para conhecê-la em sua totalidade. Vai aqui também a sugestão de um presente útil para quem valoriza a leitura.    

Tom Simões




O que é ‘presença’?


PRESENÇA é a remoção de julgamentos, barreiras e máscaras, de modo a criar uma conexão verdadeira com pessoas ou experiências.”



PRESENÇA é adorar as pessoas à sua volta e apreciar o que você faz por elas.”




AJUSTES mínimos podem levar a progressivas mudanças.”   




PRESENÇA é o estado de sintonia com nossos reais pensamentos, sentimentos, valores e potencial, bem como a capacidade de expressá-los confortavelmente. É isso. Não é um modo de ser permanente, transcendente. Vem e vai. É um fenômeno momentâneo. Quando nos sentimos presentes, tudo se alinha: a fala, as expressões faciais, as posturas e os movimentos. E essa convergência interna, essa harmonia, é o que nos torna irresistíveis. Já não estamos combatendo a nós mesmos; estamos sendo nós mesmos. Desenvolver a presença não tem a ver com carisma ou extroversão. Significa conectar-nos honesta e poderosamente com nós mesmos.”     






Qual foi a última vez que você tentou passar a melhor impressão possível mas se deixou dominar pela ansiedade e não se saiu nada bem? Em um mundo dominado por prazos, expectativas e distrações, às vezes deparamos com momentos decisivos que acabam sendo vividos de forma insatisfatória, nos deixando tensos e arrependidos.

Cientistas sociais passaram muito tempo observando os efeitos de nossa linguagem corporal, ou de outras pessoas, em julgamentos. Fazemos inferências e julgamentos generalizados a partir da linguagem corporal. E esses julgamentos podem prever resultados muito significativos, como quem contratamos ou promovemos, quem chamamos para um encontro... 

O que fazemos quando nos sentimos enfraquecidos? Exatamente o oposto. Fechamo-nos. Nos dobramos. Nos fazemos menores. Não queremos esbarrar na pessoa ao lado. É isso o que acontece quando colocamos alto e baixo poder juntos. O que tende a acontecer, quando se trata de poder, é que complementamos os não verbais dos outros. Então, se alguém exerce poder sobre nós, a tendência é nos diminuirmos. Não nos espelhamos neles. Fazemos o oposto do que eles fazem.”




A PRESENÇA emerge quando nos sentimos pessoalmente poderosos, permitindo que nos sintonizemos de forma clara com nosso ‘eu’ mais verdadeiro. Nesse estado psicológico, somos capazes de manter a presença até mesmo em situações bem estressantes que em geral nos deixariam enlouquecidos e impotentes.” 







UMA PESSOA realmente confiante não demonstra arrogância, que não passa de uma cortina de fumaça para a insegurança. Uma pessoa confiante – que conhece a própria identidade e acredita nela – carrega ferramentas, não armas. Uma pessoa confiante não precisa superar ninguém. Ela pode estar presente para os outros, ouvir seus pontos de vista e integrá-los de modo a criar valor para todos.” 

    

SEU melhor ‘eu’ autêntico – seu ‘eu’ mais ousado – não resulta de se preparar psicologicamente ou dizer: ‘Sou o melhor nesta tarefa’ ou ‘Sou um vencedor’. Seu ‘eu’ mais ousado emerge da experiência de ter pleno acesso a seus valores, atributos e pontos fortes, e saber que você pode, de forma autônoma e sincera, expressá-los por suas atitudes e interações. É isso que significa acreditar na própria história. Essencialmente, autoafirmação é a prática de esclarecer sua história para si, dotando-o (a) da confiança de que quem você é se manifestará naturalmente no que diz e faz.”  




OUVIR a outra pessoa é o ato mais profundo de respeito humano.”

William Ury, 1953, autor best-seller e palestrante, formado pela Universidade Yale



AS PESSOAS se sentem menos presentes quando não se sentem vistas. É impossível estar presente quando ninguém mais enxerga você. E o processo se torna autoperpetuante, porque quanto mais as pessoas não o reconhecem, mais você sente que não existe. Não há lugar para você. Inversamente, você está mais presente quando é mais visto (a) e aí as pessoas estão sempre corroborando a noção do seu  ‘eu’ verdadeiro.”  




ÀS VEZES você precisa parar de se sabotar para poder ser você mesmo.”



EM ALGUM momento em sua vida, ao se preparar para um encontro romântico ou uma situação de vital importância, você provavelmente recebeu o conselho de ‘ser apenas você mesmo’. Intuitivamente, todos sabemos que isso faz sentido. Nosso desempenho melhorará e os outros reagirão melhor se conseguirmos atuar com naturalidade. Mas a palavra-chave aqui é ‘atuar’ – afinal, se outros estão presentes, ‘ser apenas você mesmo’ ainda é um tipo de atuação. Costumamos associar atuação a artifício, o que aparentemente seria contrário à presença. Mas não se pode negar que um grande artista em atuação está espetacularmente presente, a ponto de emanar uma energia quase elétrica. O que os grandes artistas podem nos ensinar sobre a verdadeira presença?”     



PARECE que quando você se torna presente, permite que os outros estejam presentes. A presença não o (a) torna dominante no sentido alfa. Na verdade, permite que você ouça as outras pessoas. E que elas se sintam ouvidas e se tornem presentes. Você pode ajudar as pessoas a se sentirem mais poderosas, ainda que não consiga lhes dar poder formal. E quando isso acontece, quando sua presença consegue evocar a presença delas, você eleva tudo. Revelar seu ‘eu’ verdadeiro libera os outros para revelar o deles.” 



                                                                                Imagem: http://www.espacosereias.com.br/category/calar



POR QUE é tão difícil calar e ouvir?

EXISTE uma resposta simples. Quando encontramos alguém que nunca vimos, de imediato tememos não ser levados a sério, parecer ‘inferiores’. Assim, falamos primeiro para dominar o momento, para assumir o controle, para exibir nossa capacidade. Queremos mostrar o que sabemos, o que pensamos, o que já realizamos. Falar primeiro indica: mais do que você, sou mais inteligente, eu deveria falar enquanto você ouve. Falar primeiro permite definir a pauta: eis o que iremos fazer e eis como faremos.”


AO PASSO que, se eu deixo você falar primeiro, não dá para prever o que dirá. Estou abrindo mão do controle sobre a situação, e quem sabe aonde isso me levará? Abrir mão do controle é assustador. É dar um passo rumo ao desconhecido. Quem faz isso? Somente os tolos. Ou os corajosos.” 


é possível escutar de verdade quando temos um desejo sincero de entender o que estamos ouvindo. E isso não é fácil, pois requer a suspensão do julgamento – mesmo quando estamos frustrados, assustados, impacientes, entediados, ou quando nos sentimos ameaçados ou ansiosos com o que vamos ouvir (ou por achar que já sabemos ou por não sabermos). Precisamos dar à outra pessoa espaço e segurança para ser honesta – e não devemos reagir defensivamente quando estamos ouvindo. Para alguns de nós, isso também significa superar o medo do silêncio.”  



EM última análise, o único poder ao qual o homem deve aspirar é aquele que exerce sobre si mesmo.” 

Elie Wiesel, 1928-2016, escritor judeu, sobrevivente dos campos de concentração nazistas, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1986.




“A IMPOTÊNCIA também pode fazer com que adaptemos nosso comportamento para corresponder às expectativas percebidas à nossa volta. Tornamo-nos hipócritas – não necessariamente porque queremos enganar, mas para nos proteger. Afinal, concluímos que é melhor se adaptar e agradar quando não temos poder.”



QUANDO nos sentimos poderosos, falamos mais devagar e nos estendemos mais. Não nos apressamos. Não tememos fazer uma pausa. Sentimos que temos direito ao tempo de que estamos usufruindo. Pessoas que falam num timbre mais baixo são julgadas poderosas pelos desconhecidos. Qual a relação disso com a expansibilidade? Bem, nossas vozes são afetadas pela ansiedade e pela ameaça – ambas fazendo com que falemos num timbre mais agudo. Quando nos sentimos fortes e seguros, os músculos da laringe se expandem em vez de se contraírem e o timbre baixa automaticamente.” 



LUCIA Guillory e Deborah Gruenfeld, psicólogas da Universidade Stanford, revelam: ‘Quando as pessoas falam devagar, elas podem ser interrompidas. Portanto, ao falar devagar, a pessoa indica que não tem medo de interrupções. Pessoas que falam lentamente têm maior chance de serem ouvidas e compreendidas’.”  



EM GERAL, nossas palavras são relativamente fáceis de controlar. Conseguimos evocar as expressões e os termos que estudamos e ensaiamos no espelho. É bem mais difícil, e talvez impossível, controlar o restante de nosso maquinário de comunicação – o que nosso rosto, corpo e nossa conduta em geral informam ao mundo. E esses outros aspectos – não verbais – importam. E muito.



   

ESTÁ claro que pensamentos e sentimentos moldam a linguagem corporal e que a linguagem corporal de cada pessoa fala para as outras. Usando um vocabulário puramente físico, nossas vidas interiores se comunicam, de pessoa a pessoa, em ambas as direções. Temos conversas inteiras, em que trocamos informações importantes, sem dizer uma palavra sequer.”


***



ESTA síntese é uma simples ideia da obra, que li em 2016. Quem se identificar com o conteúdo, deve ler o livro. Há muito mais a ser explorado sobre o tema.


   
Todo mundo pode mudar para melhor, se quiser. Carlos Castaneda, escritor e antropólogo peruano, diz que o homem só vive para aprender. “E se aprende, é porque é essa a natureza de seu destino, para melhor ou para pior”.

O autoconhecimento nos traz o saber, e este, o poder de nos transformar em pessoas melhores e mais plenas internamente. Trata-se de um longo caminho a ser percorrido e que exige a reinvenção de nós mesmos. A gente tem de estar sempre se testando e se reinventando... Aperfeiçoando-se!




           

           ·        Outras fontes de referência:    


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