sábado, 2 de julho de 2022

MARCELO GLEISER RESPONDE: AS CRIANÇAS VÃO MUDAR TUDO. ELAS SÃO AS DONAS DO FUTURO DO PLANETA.

Marcelo Gleiser, 1959 (63): físico, astrônomo, professor, escritor e roteirista brasileiro; atualmente pesquisador e professor da Faculdade de Dartmouth, nos Estados Unidos. É membro e ex-conselheiro geral da American Physical Society. 

 

Tom Simões, 2 de julho de 2022

 

Trata-se de mais um desses temas fundamentais que vez por outra costumo selecionar para conscientizar os atentos leitores.

Para o cientista Marcelo Gleiser, é fundamental mostrar para as crianças que elas são as donas do futuro e que, portanto, elas têm uma responsabilidade. Não precisa chocar, não precisa exagerar, mas abrir os olhos das crianças para o papel que elas têm e irão ter como cidadãs. O cientista convida à reflexão sobre o papel dos indivíduos na transformação do futuro das próximas gerações.



Cada um de nós têm um papel a cumprir. A gente fica pensando “ah, eu sou pequeno, não vou fazer diferença”. Todo mundo faz diferença. O banho mais longo faz diferença. A luz acesa faz diferença. O plástico no chão faz diferença.

Para Gleiser, essas pequenas coisas todas fazem diferença. “O que a gente pode fazer é agir e educar as gerações mais jovens a fazerem a mesma coisa, porque são elas que irão herdar essa bagunça que estamos deixando”.

O cientista toca em diversos pontos, como a inovação tecnológica, os desafios da era digital e a interação de humanos com máquinas. Para ele, estamos vivendo a chamada Revolução Digital: a partir de agora, pela primeira vez na história, todos somos sujeitos ativos.

“Essa conversa de que seremos capazes de desenhar novos tipos de seres humanos já não é ficção científica. É uma questão de quando vai acontecer, quem vai fazer primeiro e quais serão os regulamentos”, explica.



Marcelo Gleiser convida o público a refletir sobre o papel dos indivíduos na transformação do futuro das próximas gerações. “Cabe a cada um de nós pensar em como nos relacionamos com esse mundo: não teria tragédia maior do que esquecermos que somos seres capazes de amar”, argumenta o cientista.

Para ele, a coisa mais fundamental em relação a isso é a questão educacional, são as crianças: como a gente educa as crianças?

Você transforma a criança em um cientista na escola, orienta o cientista. “A coisa da ciência passa a ser uma coisa mágica, não é mais aquela coisa chata, mas sim um compromisso com a natureza, a maneira como a gente entende a natureza, como a gente se relaciona com o mundo, como a gente cresce junto com o mundo”.

As previsões dos modelos científicos são perfeitas (perfeitas não porque a ciência é perfeita, mas porque o grau de confiança das previsões é altíssimo) e exatas e dizem o seguinte: com o aquecimento global, as tempestades vão se intensificar cada vez mais, os furacões não serão necessariamente mais numerosos, mas muito mais destrutivos, e é exatamente isso que está acontecendo; o degelo das calotas polares é irreversível e obviamente já está acontecendo.

Estamos vivendo em um mundo que está se transformando de uma maneira rápida e muito mais rápida do que a gente previa. O painel internacional da mudança de clima, o IPCC, publicou um relatório em 2018 prevendo mudanças seríssimas no clima global. Não é em 2100, é em 2030, daqui a pouco. E isso vai afetar diretamente as gerações futuras.

Que diferença há entre as mudanças do passado e a mudança que está acontecendo agora?

Para o cientista, a mudança essencial é que, com essas novas tecnologias genéticas e digitais, não vamos apenas preservar a nossa essência corpórea, viver mais tempo, mas ter a capacidade de nos reinventarmos enquanto criaturas.

Isso nunca aconteceu na história da humanidade, diz ele. Nunca tivemos a capacidade de nos reinventarmos. Seguíamos a evolução por seleção natural e mutações de forma meio passiva, assim as coisas iam acontecendo. Mas agora não, tomamos as rédeas da revolução em nossas mãos. Isso é profundamente diferente do que acontecia com a gente no passado.

Você humaniza a ciência em sala de aula de uma forma que a criança muda completamente a atitude dela com relação à ciência; o cara que gosta de ciência não é mais o nerd (insociável, introvertido, CDF), mas é o cara cool (calmo, descontraído, legal), porque ciência é cool. Ciência é o que está controlando o mundo.

“Se você virar as costas para a ciência, você está virando as costas para o futuro, e isso, para mim, é trágico”, finaliza o cientista Marcelo Gleiser.

Se for do seu interesse, leia o artigo completo: https://www.fronteiras.com/leia/exibir/marcelo-gleiser-responde-o-futuro-dos-nossos-filhos-e-a-ciencia-no-brasil

Convido a lerem também o interessante artigo: http://www.tomsimoes.com/2016/10/criancas-indigo-chegam-ao-planeta-terra.html, abordando crianças extraordinárias que nos surpreendem com a sua precoce maturidade.

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