(Clique no link para assistir)
Tom Simões,
jornalista,
junho 2021
A
PRINCÍPIO, eu apenas publicava no blog artigos de minha autoria. Só ultimamente
também passei a inserir outros autores com ensinamentos extraordinários, como
este do psicólogo clínico Marco Aurélio Bilibio, com base na filosofia budista.
Nós sofremos por conta da ignorância. A felicidade não está no desejo. A felicidade é da ordem da Paz. A nossa noção de felicidade é bastante empobrecida, diz Bilibio, ela foi capturada pela sociedade de consumo.
Você quer ter uma noção do nível de espiritualidade de uma pessoa? Observe a espontaneidade dela, explica o psicólogo. A criança vai perdendo a espontaneidade quando ela começa o jogo de ‘como poderia ser’. Custa muito então reconquistar a espontaneidade, ter uma noção do próprio nível de espiritualidade. A espiritualidade é a culminância de um funcionamento saudável, considera Bilibio. Ela vem junto com a saúde, com a psique integrada. A psique reflete a alma ou o espírito. E também está diretamente relacionada à psicologia, cujo conceito inclui a personalidade de modo geral: os pensamentos, sentimentos e comportamentos – sejam eles conscientes ou inconscientes.
Para Bilibio, aquele que se realiza vive o possível, não vive o conceito. “Autorrealização não é chegar em algo que eu deveria chegar. Autorrealização é me surpreender onde eu consegui chegar. É descobrir onde me leva o caminhar consciente.”
De acordo com https://neuro-semantica.com.br/o-que-e-autorrealizacao/, a autorrealização significa liberar os potenciais internos para descobrir e experienciar tudo que uma pessoa tem a oferecer, um sentimento de satisfação decorrente da efetivação das próprias potencialidades. Quanto mais a pessoa se desenvolve conscientemente, mais ela leva seus desempenhos a níveis cada vez mais superiores.
Abraham Maslow, psicólogo americano, escreve: “Se você deliberadamente planeja ser menos do que você é capaz de ser, então eu lhe aviso que você ficará profundamente infeliz pelo resto de sua vida. Você estará fugindo de suas próprias capacidades, suas próprias possibilidades”.
Eu lhe digo, estimado leitor: essa beleza de aula de Marco Aurélio Bilibio mexeu profundamente comigo. Costumo dizer que, a partir de uma boa leitura, uma boa aula, uma boa conversa, a gente não sai mais o mesmo dessas experiências. Há sempre algo a acrescentar em nossa personalidade, a gente vai ampliando a visão limitada sobre algo.
No caso dessa aula, fundamentalmente alicerçada na natureza da mente, ela ampliou sobretudo minha visão sobre o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), algo que venho superando desde que frequentei um centro budista durante cinco anos. No meu caso, são pensamentos e medos irracionais que levam a comportamentos compulsivos. Por exemplo: repetir sinais e palavras ou organizar objetos de uma maneira específica repetitiva.
Vale dizer que pessoas com TOC não desejam ter esses pensamentos e os consideram perturbadores, é claro. As preocupações vão além dos problemas cotidianos e não fazem nenhum sentido. Vem daí uma imposição de eu repetir palavras ou comportamentos de três em três vezes, sob pena de algo de ruim poder acontecer a alguém da minha família...
Então, a aula do mestre Bilibio proporcionou-me raciocinar um pouco mais sobre a insensatez desse estado mental anormal.
Os ensinamentos budistas falam sobre a natureza da mente e como purificar as delusões que a enevoam, de forma a alcançar a paz (solitude) e a genuína felicidade (plenitude) duradouras. A mente é cheia de enganos, ilusões, perturbações e outros contrassensos, condições essas avessas à razão ou ao confronto com a realidade.
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