sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

“TRANQUILIDADE NATURAL”

Imagem: sites.google.com/site/julioneves/home
PAZ INTERIOR. Tranquilidade natural. O que mais substancial o ser humano pode investir em sua vida para conquistar uma vida de paz? “Precisamos perguntar a nós mesmos o que somos e o que deveríamos ser”, diz o filósofo Jacob Needleman em sua obra “Por que não conseguimos ser bons?”

“Inquietude é o contrário de tranquilidade – esta, por sua vez, é um estado interno do cérebro, caracterizado por calma e autorreflexão, em que os processos cognitivos parecem voltados para dentro, em vez de guiados por objetos externos em um esforço contínuo de atenção”, escreve a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, www.suzanaherculanohouzel.com, em seu artigo “Tranquilidade natural”, publicado na Folha de S. Paulo, Equilíbrio, de 2/11/2010.
Embora subjetivo, conta Suzana, o estado de tranquilidade está associado a estímulos externos bastante objetivos: mata, riachos, ondas do mar indo e vindo. “Curiosamente, não é o som das ondas que é tranquilizante e sim sua imagem. O som do mar é semelhante em qualidade ao som de uma autoestrada, por exemplo, com seu ronco constante. Foi essa semelhança que um grupo de pesquisadores do Reino Unido explorou recentemente para investigar por que, para o cérebro, um vídeo de ondas quebrando comunica tranquilidade, e um vídeo de estrada, não”, escreve a neurocientista.

Para essa estudiosa, a resposta parece estar em um conjunto de estruturas no cérebro que vêm ganhando atenção. Estruturas que estão mais ativas quando não estamos fazendo nada em especial. “São as partes do córtex cuja atividade predomina quando estamos à toa, e que estão relacionadas, portanto, com o estado autorreferencial: você pensando em você, da sua pele para dentro, e não no mundo externo.”

PAISAGENS NATURAL E CONSTRUÍDA

Suzana revela que paisagens naturais, ao contrário das construídas pelo homem, parecem facilitar o entrosamento dessas regiões com outras partes do cérebro, promovendo esse estado voltado-para-dentro que chamamos de tranquilidade. “Talvez seja a falta de objetos se movendo imprevisivelmente, atraindo para si nossa atenção; talvez sejam as curvas suaves. Seja por razões inatas ou aprendidas, a natureza faz o cérebro encontrar paz interior.”

Segundo o escritor James van Praagh, em seu livro “Espíritos entre nós”, a Lei Universal de que os “semelhantes se atraem” é a chave para compreender que o ambiente que nos cerca nos influencia de forma profunda e iluminadora. “Regar meu jardim e plantar flores me eleva a um estado de beleza e unidade com o Universo ao meu redor”, declara o escritor.

Van Praagh diz também que a única coisa que a gente pode controlar é o momento presente. “Seja capaz de fazer escolhas sábias e livres. Reflita por um momento: seus pensamentos, neste exato momento, estão construindo algo positivo para sua experiência de vida? Ou são banais, preconceituosos e prejudiciais para a construção do seu futuro?”

PARA REFLETIR MAIS UM POUCO...

É com base na obra “O vendedor de sonhos – a revolução dos anônimos”, de Augusto Cury, que levo o leitor a esta reflexão sobre as árvores: “Mais generosas que os homens são as árvores que estendem seus braços para os caminhantes que descansam à sua sombra. Uma vez descansados, dão-lhes as costas, saem sem se despedir. As árvores, desprendidas, não reclamam nem pedem nada em troca. Mais solidárias que os homens são as árvores, que abrigam os pássaros que invadem seus galhos para ali repousar. Na manhã seguinte, eles partem sem pagar aluguel nem agradecer. Mas elas, felizes, se despedem deles aplaudindo-os com o movimento de suas folhas sob o toque da brisa. Doam-se com prazer”.

Apreciar uma árvore, em toda a sua exuberância, é uma forma de atingir a paz. Árvores sempre chamam minha atenção. Sobretudo quando elas se destacam numa avenida congestionada com veículos. É triste pensar que a maioria das pessoas passa distraída, envolvida com o congestionamento do trânsito, por exemplo, perdendo indefiníveis oportunidades de paz que a Natureza oferece generosamente. Feliz daquele que consegue se desvencilhar da agitação para contemplar a Natureza como uma benção divina que leva naturalmente ao encontro da Paz.

Cada um de nós é responsável pelas consequências das próprias inquietações. Cada um de nós é responsável pelo despertar das sensações especiais que levam à tranquilidade natural e à elevação do espírito. A questão básica significa: elevação do nível atual de consciência.

Pensemos nesta visão mais ampla do filósofo Jacob Needleman: “A ideia fundamental é que todos os seres humanos receberam a vida não apenas para si mesmos, mas para servir a desígnios universais
”.   

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Revisão de texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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