sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

GASTOS SUPÉRFLUOS

Imagem: http://tocadacoruja.org
PARA MIM, amadurecer saudavelmente implica também essa coisa de cortar gastos desnecessários. Quando o indivíduo desperta para preencher lacunas emocionais com atitudes que conduzam à realização não material, mas existencial, ele certamente passa a valorizar uma vida menos atraída por bens supérfluos.

Gustavo Cerbasi, autor de "Casais inteligentes enriquecem juntos" e "Como organizar sua vida financeira", escreve o seguinte, em seu artigo "Importante é o que lhe interessa", publicado na Folha de S. Paulo, Mercado, de 25/10/2010: "Não importa se a pessoa comprou 20 pares de sapato ou uma enorme coleção de canecas; se os bens comprados não eram necessários, talvez o ato de consumo tenha sido a necessidade de alguém frustrado com outros aspectos da vida".

Indubitavelmente, segundo o escritor, a melhor tradução de felicidade está nas grandes conquistas, como o primeiro emprego, ter um filho ou quitar a casa própria. "Mas, será que podemos desprezar a felicidade que nos traz um cafezinho, uma revista ou uma ‘quick massage’? E a felicidade de dispor de parte de nossa renda para ajudar a uma causa humanitária?"


Infelizmente, estamos habituados a dar mais importância a aspectos burocráticos de nossas vidas, como o padrão da moradia, do carro e da moda que temos no guarda-roupa, e a deixar em segundo plano aspectos de consumo que realmente individualizam nossa personalidade", diz Gustavo.

"Abomino a ideia de, diante da necessidade de se economizar, partirmos para a corrosão da felicidade familiar, sugerindo o banimento de hábitos individuais para viabilizar uma conquista de médio ou longo prazo", conta o escritor. Para ele, parece mais sensato economizar em poucas e grandes escolhas, trocando o automóvel da família por um mais barato, por exemplo, com o intuito de preservar a multiplicidade de fontes diárias de felicidade.

POUPAR TAMBÉM É PRECISO

Inquestionavelmente, argumenta Gustavo, o hábito de poupar nos ajuda a multiplicar conquistas na vida. "Porém, antes de começar os cortes de gastos, proponha-se a elaborar um ranking de prioridades entre seus hábitos de consumo mensais. É um bom exercício de autoconhecimento".

A ordem desse ranking, segundo o escritor, deve obedecer ao sentimento de realização pessoal que cada hábito lhe traz. "Quanto maior o prazer obtido, mais alta a posição no ranking", admite.

E, para finalizar, o escritor comenta que o interessante é que, conscientizando-se de forma racional sobre a importância de cada gasto, será mais fácil identificar o que menos contribui para nossa felicidade. "Esse será o gasto a ser cortado para priorizar seus objetivos".

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Revisão de texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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