segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

SOLIDÃO

“A menos que você seja capaz de ficar só, sua busca pela verdade será um fracasso. A função de um mestre é ajudá-lo a ficar só. A meditação é apenas uma estratégia para eliminar sua personalidade, seus pensamentos, sua mente, sua identidade com o corpo e deixá-lo absolutamente só por dentro, apenas um fogo vivo. E depois de encontrar seu fogo vivo, você conhecerá todas as alegrias e todos os êxtases de que a consciência humana é capaz”. São palavras do mestre Osho, na obra “Amor, liberdade e solitude – uma nova visão sobre os relacionamentos”, que li há alguns anos.

É preciso não imaginar o solitário como alguém egocêntrico, individualista. De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, o egocêntrico exibe atitudes ou comportamentos voltados para si mesmo, de modo relativamente insensível às preocupações dos outros. O mesmo se dá com o individualista, que  valoriza a autonomia individual, em detrimento da hegemonia da coletividade despersonalizada, na busca da liberdade e satisfação das inclinações naturais.

SOLIDÃO E SOLITUDE

Segundo Osho, existem duas palavras, e o dicionário dirá que elas têm o mesmo significado, mas a existência dá a elas significados totalmente opostos. Uma palavra é solidão e a outra é solitude. Elas não são sinônimas.

“A solidão é um estado negativo, como a escuridão. Ela significa que você está sentindo falta de alguém, que você está vazio, está com medo neste vasto Universo. A solitude tem um sentido totalmente diferente: ela não significa que você está sentindo falta de alguém, ela significa que você encontrou a si mesmo. Ela é inteiramente positiva”, revela o mestre oriental.

Para ele, a gente nunca olha para dentro. Porque todos olham para fora, a gente insiste em olhar para fora. “Ficar sozinho é uma grande oportunidade, uma bênção, porque em sua solitude fatalmente você se deparará com você mesmo e, pela primeira vez, se lembrará de quem você é. Saber que você é parte da existência divina é se livrar da morte, da infelicidade, da ansiedade, de tudo o que tem sido um pesadelo para você por muitas e muitas vidas”.

Observe simplesmente os pensamentos, recomenda Osho. Não os condene, não os justifique, não os racionalize. “Permaneça à parte, permaneça indiferente, deixe-os passar – eles irão embora. No dia em que sua mente estiver absolutamente silenciosa, sem nenhuma perturbação, você dará o primeiro passo que leva ao templo de Deus”.

Finalmente, busco inspiração na obra de Swami Kriyananda, “Deus é para todos”, que li há um ano: “A alegria interior brilha intensamente nos olhos daqueles que vivem segundo elevados ideais. A alma é o espírito individualizado; em nossa verdadeira natureza, portanto, nós somos bem-aventurança. Nossos egos são manifestações daquela bem-aventurança. Entretanto, porque a atenção do ego está voltada para o exterior, ele frequentemente não vivencia mais que lampejos de bem-aventurança”.

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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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