terça-feira, 18 de novembro de 2008

Reflexões sobre a religiosidade

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Religião significa: crença na existência de um ente supremo como causa; conjunto de dogmas e práticas próprias de uma confissão religiosa; reverência às coisas sagradas; coisa a que se vota respeito; qualquer filiação a um sistema específico de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, ética, metafísica etc... 

Sobre o assunto, selecionei citações do livro “365 Mensagens de Sabedoria e Compaixão”, de Sua Santidade, O Dalai-Lama. Ei-las:
 



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... A mente pode e deve transformar-se para melhor. Pode livrar-se das impurezas que a contaminam e se elevar. Todos nós começamos com as mesmas aptidões, mas algumas pessoas as desenvolvem, outras não. Nós nos acostumamos com facilidade à preguiça da mente, sobretudo porque muitas vezes essa preguiça se esconde sob a aparência de atividade: corremos de um lado para outro, fazemos cálculos e damos telefonemas. No entanto, tudo isso ocupa apenas os níveis mais toscos e elementares da mente. E oculta o que existe de essencial em nós


Cada um de nós tende a ser condescendente consigo mesmo. Olhamos para nós mesmos com benevolência. Se alguma coisa de ruim acontece conosco, sempre temos a propensão de atribuir a culpa aos outros, ao destino, ao diabo ou a Deus. Nós nos recusamos a penetrar em nosso interior, conforme recomendação do Buda.

De uma coisa não se pode duvidar: a “possibilidade de uma qualidade” está dentro de nós. Chama-se prajna. Podemos negar tudo, exceto o fato de que temos a possibilidade de ser melhores.


A origem latina da palavra “religião” está associada ao conceito de “ligar outra vez”. De que maneira esse conceito poderia ser utilizado como termo comum aos nossos diversos ensinamentos religiosos?


Se considerarmos as religiões mais importantes do mundo sob uma perspectiva mais ampla, descobriremos que todas elas – budismo, cristianismo, hinduísmo, islamismo, judaísmo, siquismo, zoroastrismo e outras – visam ajudar o homem a alcançar uma felicidade duradoura. E todas, em minha opinião, são capazes de proporcionar tal coisa. Nessas circunstâncias, é ao mesmo tempo desejável e útil que haja uma grande variedade de religiões promovendo os mesmos valores básicos. 


A unidade entre as religiões não é uma idéia impossível. É possível e, nas atuais condições mundiais, é especialmente importante. O respeito mútuo traria benefícios para todos os crentes.


Uma das razões pelas quais se busca a religião é a constatação de que o puro progresso material não proporciona satisfação duradoura. Na verdade, quanto mais progredimos materialmente, mais somos obrigados a conviver com um medo constante. 


Faça o melhor que puder e o faça de acordo com seu padrão interior próprio (ou consciência, se assim preferir), não para o conhecimento e avaliação de seus atos pela sociedade. “Fazer o melhor” é apenas uma frase de poucas palavras, mas significa que, em todas as ocasiões de nossa vida diária, precisamos manter nossa mente sob controle para mais tarde não nos arrependermos de nossos erros, mesmo que os outros nada saibam a respeito.


Se você conta com alguém que tem menos qualidades que você, isso leva à sua degeneração. Se você conta com alguém com qualidades iguais às suas, você permanece onde está. Somente quando conta com alguém cujas qualidades são superiores às suas é que você atinge uma condição sublime.


Quando morremos, nada pode ser levado conosco, com exceção das sementes lançadas por nosso trabalho. 


E então... Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Essas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Desse ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto.


Pela prática verdadeira em sua vida diária, portanto, o homem cumpre de fato a meta de toda religião, qualquer que seja ela.

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