Um dos
grandes baratos da competição é o espírito esportivo dos atletas, que são
levados aos seus limites físicos e mentais durante as disputas, mas não perdem a
concentração (e a naturalidade) mesmo diante de erros e imprevistos; o esporte
tem muito a nos ensinar.
Guilherme Simões, jornalista esportivo, 29 de julho de 2024
A única
parte ruim das Olimpíadas é ela ter uma data para acabar. O maior evento
esportivo do mundo reúne os principais atletas do planeta em um mesmo período e
nos deixa completamente aficionados por esportes aleatórios - muitos deles
desconhecidos do grande público. No último domingo (28) pela manhã, o Brasil
conquistou três medalhas em um intervalo de apenas 21 minutos - duas no judô e
uma no Skate Street. Talvez a inteligência artificial consiga acompanhar todas
as modalidades de maneira simultânea, mas nós, humanos, fracassamos
completamente na missão.
O espírito
esportivo prevalece na maioria das competições. Ao conquistar a medalha de
bronze no judô, a brasileira Larissa Pimenta, visivelmente emocionada, caiu em
lágrimas e parecia não acreditar no resultado histórico. A rival italiana,
derrotada na luta, parabenizou Larissa com um abraço e demonstrou enorme
carinho pela companheira de profissão, reconhecendo a sua façanha. No
Skate e na Ginástica Artística, modalidades em que o Brasil costuma ser forte,
é interessante acompanhar as expressões de felicidade dos atletas, que parecem
se divertir enquanto competem. E olha que a pressão envolvida é absurda,
surreal, com provas disputadas em alto nível técnico e pontuações sendo
decididas nos detalhes. Também é comum os/as skatistas vibrarem com as
manobras dos seus concorrentes.