quinta-feira, 18 de abril de 2019

O Sentido da Vida


Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com, abril 2019





QUAL é a essência da natureza humana? Habilitar-se para servir como instrumento do bem comum, desinteressadamente. Michaela Glöckler, autora de ‘Força Sanadora da Religião’, faz-nos pensar que, quanto mais temos conhecimento de ‘si mesmo’, tanto mais perguntamos como empregá-lo no mundo. Como ensina a sabedoria hindu, a força dos bons deve ser usada para benefício de todos.

Quando estamos prontos para cumprir a primordial missão humana? Ao experimentar a capacidade de ficar em silêncio e se sentir preenchido (a) de benevolência e serenidade, mas, ao mesmo tempo, sentir a pressão de um impulso para servir os que viajam a vida conosco. Madre Teresa de Calcutá cita: “O senhor não daria banho em um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho em um leproso”. Ela também tem sua maneira de confrontar o desânimo que aflige os que consideram que seu trabalho pelo bem do mundo seria tão pequeno, inexpressivo: “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água do mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”

A luz que uma pessoa “emite” tem intensidade e pureza determinadas por seu estado evolutivo. Estado este que, em grande parte, está relacionado ao conhecimento sobre a vida espiritual, conhecimento que lhe permite ver, também segundo o seu grau evolutivo, além da matéria.

Apenas ao elevar a consciência somos capazes de sentir a força, o livre fluxo de energia, paz interior e clareza. Não há outra maneira de nos sentirmos permanentemente contentes, livres de sucessivas ilusões e recaídas no desânimo.

A palavra ‘felicidade’ tem sua origem nas palavras ‘fertil’ e ‘frutífero’. O que frutifica harmonicamente nos faz bem. Todo o restante vem naturalmente quando a consciência se expande. E essa felicidade quando vem é a mais genuína.

O despertar espiritual sempre se dá a partir de um esforço de perscrutar e transformar a si mesmo. Nesse processo, a gente vai se sentindo cada vez mais calmo (a), silencioso (a) e pacífico (a), com bondade natural, senso de justiça e responsabilidade. Une-se a lucidez da razão com forças intuitivas.

O padre Fábio de Melo traz a ideia que “o único poder que eu tenho é o que me coloca humildemente a serviço do outro”. E é esta a minha razão de ser, o que confere alguma significação à minha existência: colocar-me humilde e generosamente no lugar do outro. Basicamente: o esforço para ser mais, mantendo uma sensação de propósito e progressão na vida.

“Setenta anos ensinaram-me a aceitar a vida com serena humildade”, ouso admitir hoje em minha vida, também aos setenta, a lucidez de Sigmund Freud, médico neurologista e criador da Psicanálise.

Alegrar-se enquanto se cria – isso já é mais do que suficiente. Se outros vão apreciar ou não é totalmente irrelevante. Isso é bem-aventurança. A bem-aventurança é diferente da felicidade, que é produzida por algo exterior. Basta-me possuir a alegria do serviço criador e do poder transformador. Sinto-me recompensado com um sentimento inestimável de gratidão. Sigo a trajetória da bem-aventurança...


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