sexta-feira, 21 de setembro de 2018

“Por que sofremos?”


Huberto Rohden, 1893-1981

Filósofo, educador e teólogo brasileiro. Era catarinense, radicado em São Paulo.



  


Li a obra Por que sofremos? em 2010. Para esse filósofo, o sofrimento é um fator positivo e não negativo. Rohden afirma que o sofrimento é a reação das Leis Cósmicas. A grande mensagem espiritual desse livro é dizer que a alternativa do homem de hoje e de todos os tempos não é sofrer ou não sofrer, mas saber sofrer.




Livros Recomendados

TENHO este produtivo hábito. Sintetizar os livros que leio abordando autoconhecimento e espiritualidade. É comum eu compartilhar com os meus seguidores trechos de alguns deles. Isso não impede o leitor de adquirir a citada obra para conhecê-la em sua totalidade. Vai aqui também a sugestão de um presente muito útil para quem valoriza a leitura.    

Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com





Conheça algumas das ideias memoráveis do livro: “Por que sofremos?"





três tipos de sofredores: revoltados, resignados (passivos) e regenerados.”


  

O CENTRO de todo homem é o seu Eu espiritual, a sua alma, o seu Deus interno. Mas esse Deus interno no homem se acha, de início, em estado embrionário, meramente potencial.
O destino do homem, aqui na Terra, é iniciar a relação de uma natureza, que é a sua felicidade.
O grosso da humanidade atual representa ainda a velha humanidade, cheia de males e sujeita à morte. A voz da inteligência barra a evolução do homem, desviando a sua evolução espiritual para uma pseudo-evolução intelectual.”










Mudança de perspectiva e atitude

O PASSADO multimilenar de toda a Humanidade só conhece a existência e nada sobre essência.
As nossas teologias tradicionais pouca consolação podem dar aos sobreviventes enlutados. A ideia de um lugar definitivo, chamado ‘céu’, e de uma vida estática, chamada ‘vida externa’, está cedendo aos poucos à verdade de uma evolução indefinida e progressiva rumo ao Infinito.
Nós não estamos realmente separados dos nossos defuntos, tão vivos como nós, demandando o mesmo destino universal. Estamos apenas vivendo numa outra faixa vibratória ou frequência.”







SILÊNCIO, calma, serenidade, criam um ambiente propício para a alma em transição para outras regiões da existência. Vibrações espirituais, como cânticos e silenciosa meditação, devem substituir a atmosfera de luto e tristeza, que em geral envolve o velório dos entes queridos que partiram para o além. Para o espírito, não há ausência, há presença permanente.”





PAULO de Tarso escreve: ‘Eu morro todos os dias, e é por isto que eu vivo – mas não sou eu que vivo, é o Cristo que está em mim’.
Todo o medo que o homem profano tem da morte vem de uma grande e funesta ilusão: da confusão entre existência e essência. O homem profano considera a morte como a ausência da vida – quando o iniciado sabe por experiência própria que a vida é imortal, embora ela possa assumir diversas formas mortais aos vivos.”





 O SOFRIMENTO de Jesus é essencialmente um sofrimento voluntário, um sofrimento-crédito. Todos os grandes avatares (*) aceitam voluntariamente o sofrimento, não tanto para ajudar os outros, mas para se realizarem em si mesmos.”

(*) na crença hinduísta, descida de um ser divino à terra, em forma materializada.





O AMOR é como a luz ou o fogo, que purifica os objetos impuros, mas não transfere para si essas impurezas, aniquila-as, neutraliza-as totalmente. Há água impura, mas não existe luz impura. A água purifica tornando-se impura; a luz purifica continuando pura.”



  






É EXPERIÊNCIA geral que o ego, quando está repleto de gozos e satisfações, dificilmente se interessa pelas coisas de seu Eu espiritual. O desejo de algo espiritual só desperta no homem quando lhe faltam os objetos do ego. O homem-ego só conhece os objetivos da vida, mas ignora a sua razão de ser. Enquanto os objetivos da vida estão presentes em abundância, o homem profano procura a sua satisfação e felicidade nesses objetos, e dificilmente descobre a sua razão de ser, que tem que ver com o seu sujeito profundo, com o seu Eu interno.”





NINGUÉM pode ser íntima e solidamente feliz se não sacrificar a sua felicidade pela felicidade dos outros. Ninguém pode ser realmente feliz enquanto não se perder em algo maior do que si mesmo.”

  




A necessidade dos bens externos decresce na razão direta do aumento do bem interno

EXISTE uma lei eterna que proíbe o homem de girar ao redor de si mesmo, sob pena de atrofia psíquica e espiritual, sob pena de ficar internamente doente e infeliz. A Constituição Cósmica exige que todo homem, para ser feliz, gire em torno da felicidade dos outros, ou, na frase lapidar do mais feliz dos homens que a história conhece, que ‘ame a Deus sobre todas as coisas e a seu próximo como a si mesmo’, que ‘perca a sua vida para ganhá-la’.

O enriquecimento vem na vertical. Distribui-se ao redor de si, a seus irmãos, mas se recebe das alturas, de Deus. Não se pode evitar esse enriquecimento de cima, uma vez que ninguém pode modificar, mesmo que quisesse, a eterna Lei Cósmica, que enriquece infalivelmente a todo homem desinteressadamente bom.”










A VERDADEIRA felicidade é silenciosa como a luz, ao passo que a infelicidade costuma ser barulhenta; e por isto sabemos de tantos infelizes e tão pouco de homens felizes. De quando em quando, porém, a silenciosa felicidade dos felizes se irradia pelo ambiente de tal modo que até os infelizes percebem algo dessa luminosidade.”










O HOMEM é senhor e soberano de tudo o que sabe. Mas é escravo de tudo o que ignora.”


***


ESTA síntese é uma simples ideia da obra. Quem se identificou com o seu conteúdo, deve ler o livro. Há muito mais a ser explorado sobre o tema.



Todo mundo pode mudar para melhor, se quiser. Carlos Castaneda, escritor e antropólogo peruano, diz que o homem só vive para aprender. “E se aprende, é porque é essa a natureza de seu destino, para melhor ou para pior”.

O autoconhecimento nos traz o saber, e este, o poder de nos transformar em pessoas melhores e mais plenas internamente. Trata-se de um longo caminho a ser percorrido e que exige a reinvenção de nós mesmos.
A gente tem de estar sempre se testando e se reinventando... Aperfeiçoando-se! 

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