terça-feira, 22 de maio de 2018

Fernando Pessoa (1888-1935)


Poeta, escritor, astrólogo, crítico literário, inventor, empresário, tradutor, filósofo e comentarista, nascido em Lisboa.
É considerado um dos mais importantes poetas da língua portuguesa e figura central do modernismo português. Poeta lírico e nacionalista,  cultivou uma poesia voltada aos temas tradicionais de Portugal e ao seu lirismo saudosista, que expressa reflexões sobre seu ‘eu profundo’, suas inquietações, sua solidão e seu tédio.






“AH! dá nojo ver o mundo
Pensar tão pouco profundo”.



“O PÚBLICO não quer a verdade, mas a mentira que mais lhe agrade.”




“SINTO-ME nascido a cada momento para a eterna novidade do Mundo...”



  

“SER poeta não é minha ambição, é a minha maneira de estar sozinho.”




“A ÚNICA maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova.”




“UM dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é.”




Põe-me as Mãos nos Ombros...

“PÕE-ME as mãos nos ombros... 
Beija-me na fronte... 
Minha vida é escombros, 
A minha alma insonte
(*). 

Eu não sei por que, 
Meu desde onde venho, 
Sou o ser que vê, 
E vê tudo estranho. 

Põe a tua mão 
Sobre o meu cabelo... 
Tudo é ilusão. 
Sonhar é sabê-lo.”

(*) inocente




“ÀS VEZES ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.”



“VIVER não é necessário; o que é necessário é criar.”




TUDO vale a pena quando a alma não é pequena.”




“A ARTE é a auto-expressão lutando para ser absoluta.”




“SENTIR é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o Universo não tem ideias.”







“TENHO pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.”



“NUNCA amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos.”



“VER e ouvir são as únicas coisas nobres que a vida contém. Os outros sentidos são plebeus e carnais. A única aristocracia é nunca tocar.”





“AMAR é cansar-se de estar só: é uma covardia, portanto, e uma traição a nós próprios (importa soberanamente que não amemos).”





“TUDO em nós está em nosso conceito do mundo; modificar o nosso conceito do mundo é modificar o mundo para nós, isto é, é modificar o mundo, pois ele nunca será, para nós, senão o que é para nós...”




“NENHUM livro para crianças deve ser escrito para crianças.”




O POVO nunca é humanitário. O que há de mais fundamental na criatura do povo é a atenção estreita aos seus interesses, e a exclusão cuidadosa, praticada sempre que possível, dos interesses alheios.”




“PARA realizar um sonho é preciso esquecê-lo, distrair dele a atenção. Por isso, realizar é não realizar.”
   



“O GÊNIO, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio.”




“A CELEBRIDADE é uma contradição. Parecendo que dá valor e força às criaturas, apenas as desvaloriza e enfraquece.”




“O FIM da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar.”




“OS HOMENS são fáceis de afastar: basta não nos aproximarmos.”




“OS CRÍTICOS podem dizer que determinado poema, longamente ritmado, não quer, afinal, dizer senão que o dia está bom. Mas dizer que o dia está bom é difícil, e o dia bom, ele mesmo, passa. Temos, pois, que conservar o dia bom em memória florida e prolixa, e assim constelar de novas flores ou de novos astros os campos ou os céus da exterioridade vazia e passageira.”




“SE ESCREVO o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto.”






ENCONTREI hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado um com o outro. Cada um me contou a narrativa de por que se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a razão. Não era que um via uma coisa e outro outra, ou um via um lado das coisas e outro um lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro. Mas cada um via uma coisa diferente, e cada um, portanto, tinha razão.
Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.”




“EU SEI que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. Aparte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.”



“O VERDADEIRO cadáver não é o corpo (...), mas aquilo que deixou de viver.”



“EU SOU aquilo que perdi.”



“DEUS quer, o homem sonha, a obra nasce.”



“AFINAL, se coisas boas se vão é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo!”




SIM, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.”




“E A MINHA alma se alegra com o seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão.”




“ALAGUE seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.”




“NÃO é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada.”




A CRIANÇA que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou.
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.”







“FECHE a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.”


  
“PÕE tudo o que és na mais pequena coisa que faças.”





ONDE você vê a teimosia, alguém vê a ignorância. Mas outro compreende as limitações do companheiro, percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo, que é inútil querer apressar o passo dele, a não ser que ele assim deseje.”





“SOU feito das ruínas do inacabado e é uma paisagem de desistências que definiria meu ser.”





“SOBRE as emoções tenho curiosidade. Sobre os fatos, quaisquer que venham a ser, não tenho curiosidade alguma.”





“NEM ausente, nem presente por demais. Simplesmente, calmamente, ser-te paz.”





“A LITERATURA é a maneira mais agradável de ignorar a vida.”





“SÃO as minhas confissões, e se nelas nada digo, é que nada tenho a dizer.”





“MAS há mais alguma coisa... Nessas horas lentas e vazias, sobe-me da alma à mente uma tristeza de todo o ser, a amargura de tudo ser ao mesmo tempo uma sensação minha e uma coisa externa, que não está em meu poder alterar.”





"AH, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!"





“FALARAM-ME em homens, em humanidade,
Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade.
Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si,
Cada um separado do outro por um espaço sem homens.”





“A SUPERIORIDADE do sonhador consiste em que sonhar é muito mais prático que viver, e em que o sonhador extrai da vida um prazer muito mais vasto e muito mais variado do que o homem de ação. Em melhores e mais diretas palavras, o sonhador é que é o homem de ação.”







“GRANDE é a poesia, a bondade e as danças. Mas o melhor que há no mundo são as crianças.”





“NÃO se deve falar demasiado. Quando falo demais começo a separar-me de mim e a ouvir-me falar".





“NO teatro da vida quem tem o papel de sinceridade é quem, geralmente, mais bem vai no seu papel.”





“A TIMIDEZ é o mais vulgar de todos os fenômenos. O que há de mais vulgar em todos nós é termos medo de ser ridículos…”





***


Fontes de consulta: PENSADOR, Frases e Pensamentos; livros, jornais e fontes da Internet.







Observação:

AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento humano.

Quem sabe, algumas vezes poderei estar correndo o risco de atribuir frases não correspondentes a um ou outro pensador mencionado, apesar do meu rigor em relação às fontes de consulta. Neste sentido, o leitor poderá sugerir eventuais correções, contribuindo para o aprimoramento da informação.

Um amigo tranquilizou-me certa vez, mostrando que, mesmo se involuntário de minha parte, o pensamento não corresponder ao do verdadeiro autor, devo considerar o meu propósito e a essência da ideia.

Por outro lado, de cada autor, sintetizo apenas os pensamentos com os quais me identifico mais.


Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com, março 2018





* Edição: Guilherme Rodrigues

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