sexta-feira, 30 de março de 2018

Thomas Merton, 1915-1968


Escritor católico do século XX. Monge trapista da Abadia de Gethsemani, Kentucky, foi um poeta, ativista social e estudioso de religiões comparadas.



“O AMOR começa quando deixamos o amado ser ele mesmo, sem moldá-lo para que se torne nossa própria imagem. De outra maneira, amaremos apenas o reflexo de nós mesmos nele refletido.”



“A DISTÂNCIA mais longa é aquela entre a cabeça e o coração.”


“ABANDONE de vez suas pontuações e renda-se com toda sua pecaminosidade ao Deus que não leva em conta nem os pontos, nem aquele que os marca, mas vê em você somente um filho, remido por Cristo.”


“O QUE temos a ganhar viajando para a lua se não conseguimos atravessar o abismo que nos separa dos outros? Essa é a mais importante viagem de descoberta; sem ela, todas as outras são não apenas inúteis, mas desastrosas.”


“HOMEM algum é uma ilha.”


  
   
“RESIGNE-SE de sua insuficiência e reconheça sua insignificância para o Senhor. Quer você entenda isso, ou não, Deus o ama, está presente em você, vive em você, habita em você, chama você, salva você e lhe oferece entendimento e compaixão que não se compara a nada que você algum dia tenha encontrado num livro ou ouvido num sermão.” 


O fim específico da Graça
“A GRAÇA nos é dada com o fim específico de capacitar-nos a descobrir e realizar nosso si-mesmo mais profundo e mais verdadeiro. Enquanto não descobrirmos este si-mesmo profundo, que está escondido com Cristo em Deus, nunca nos conheceremos realmente como pessoas.”



Democracia e responsabilidade
“NÃO HÁ nenhum exagero em dizer que a sociedade democrática está fundada sobre uma espécie de fé: a convicção de que cada cidadão é capaz de assumir e assume inteira responsabilidade política.
[...] Partimos do pressuposto de que poderíamos ser ‘espectadores’ e de que nossa qualidade como observadores neutros poderia preservar nossa inocência e nos isentar de responsabilidade.”



A experiência do ser
“AS AÇÕES são as portas e as janelas do ser. E a experiência de nossa existência não é possível sem alguma experiência do saber ou alguma experiência da experiência.”





Entre profundezas e superfícies
“NO SILÊNCIO enfrentamos e admitimos a brecha entre as profundezas de nosso ser, que ignoramos constantemente, e a superfície que é infiel à nossa própria realidade. Reconhecemos a necessidade de estar à vontade conosco a fim de ir ao encontro dos outros, não com apenas uma máscara de afabilidade, mas com um compromisso real e um amor autêntico.
Essa é a razão para escolher o silêncio.”



“O TEMPERAMENTO não predestina um homem à santidade e outro à reprovação. Todos os temperamentos podem servir de material para a ruína ou a salvação. Temos de aprender a ver como nosso temperamento é um dom de Deus, um talento que devemos fazer valer, até que ele venha. Não importa até que ponto somos dotados de um temperamento difícil ou ingrato. Se fizermos bom uso do que temos, se disso nos utilizarmos para servir nossos bons desejos, podemos conseguir mais do que alguém que apenas serve seu temperamento em lugar de obrigá-lo a servi-lo.”




“NÃO EXISTIMOS para nós mesmos, como se fôssemos o centro do universo, e é somente quando estamos plenamente convencidos deste fato que começamos a amar a nós mesmos adequadamente e, assim, a amar os outros. O que quero dizer com nos amarmos adequadamente? Quero dizer, em primeiro lugar, desejar viver, aceitar a vida como uma dádiva muito importante e um grande bem, não por causa do que ela nos dá, mas por causa do que nos permite dar aos outros.”




O sentido da vida revelado no amor
“O AMOR é o nosso verdadeiro destino. Não encontramos o sentido da vida sozinhos, e sim com outro. Não descobrimos o segredo de nossas vidas apenas por meio de estudo e de cálculo em nossas meditações isoladas. O sentido de nossa vida é um segredo que nos tem de ser revelado no amor, por aquele que amamos. E, se esse amor for irreal, o segredo não será encontrado, o sentido jamais se revelará, a mensagem jamais será decodificada. No melhor dos casos, receberemos uma mensagem embaralhada e parcial, que nos enganará e confundirá. Só seremos plenamente reais quando nos permitir-nos amar — seja uma pessoa humana ou Deus.”




O despertar do eu interior
“O EU interior é tão secreto quanto Deus e, como Ele, escapa a todo conceito que pretenda captá-lo completa e totalmente; é uma vida que não pode ser tomada e estudada como um objeto, porque não é 'uma coisa'.(...) Tudo que podemos fazer, por meio de qualquer disciplina espiritual, é produzir em nós mesmos algo do silêncio, da humildade, do desapego, da pureza de coração e impassibilidade, que são elementos necessários para que o eu interior nos dê uma tímida e imprevisível manifestação de sua presença.”




Sobriedade na obscuridade
"O VERDADEIRO contemplativo é um amante da sobriedade e da obscuridade. Prefere tudo o que é calmo, humilde e despretensioso. Não precisa de excitações espirituais. Estas facilmente o desgastam. Sua inclinação é para aquilo que parece ser nada, que lhe diz pouco ou nada, aquilo que nada lhe promete. Somente quem seja capaz de permanecer em paz no vazio, sem projetos ou vaidades, sem discursos para justificar sua própria inutilidade aparente, pode estar salvo do apelo fatal dos impulsos espirituais que o convidem a autoafirmar-se e a ‘ser alguma coisa’ aos olhos dos outros. [...] Ele está, de fato, liberto das aparências e se importa muito pouco com estas. Ao mesmo tempo que, já que não tem nem a inclinação nem a necessidade de ser um rebelde, não precisa alardear seu desprezo pelas aparências. Simplesmente não lhes dá atenção."





Mais alegria, segurança e paz
“A CONTEMPLAÇÃO não é uma espécie de mágica, um atalho fácil para a felicidade e a perfeição. No entanto, ao nos conduzir a um contato com Deus em um relacionamento pessoal e direto de amizade misteriosamente experimentada, a contemplação traz, necessariamente, aquela paz que Cristo prometeu e que 'o mundo não pode dar'. Pode haver muita desolação e sofrimento no espírito do contemplativo, mas há sempre mais alegria que tristeza, mais segurança que dúvida, mais paz que desolação. O contemplativo é aquele que encontrou aquilo que todos os homens buscam de um modo ou de outro.”



A liberdade do homem
“HOJE, mais do que nunca, o homem aprisionado está buscando sua emancipação e sua liberdade. Sua tragédia é que ele busca a liberdade por meios que o levam a uma escravidão ainda maior. A liberdade é uma coisa espiritual, uma realidade sagrada e religiosa, cujas raízes estão em Deus e não no homem, pois a liberdade do homem, que faz deste mundo imagem de Deus, é uma participação na liberdade de Deus. O homem é livre na medida em que é semelhante a Deus.”



Secretos poderes
“QUANDO a sociedade humana cumpre a sua verdadeira missão, as pessoas que a formam crescem cada vez mais em liberdade individual e integridade pessoal. E quanto mais o indivíduo desenvolve e descobre os secretos poderes da sua incomunicável personalidade, tanto mais contribuirá para a vida e para o bem-estar do conjunto. A solidão é tão necessária à sociedade como o silêncio à linguagem, o ar aos pulmões e o alimento ao corpo.
Uma comunidade que tenta invadir ou destruir a solidão espiritual dos indivíduos que a compõem, condena-se à morte por asfixia espiritual.”



“MUITAS vezes, nossa necessidade dos outros não é absolutamente amor, mas apenas a necessidade de sermos sustentados em nossas ilusões, assim como sustentamos as dos outros. Mas, quando renunciamos a essas ilusões, então podemos ir ao encontro dos outros com verdadeira compaixão. É na solidão que as ilusões finalmente se dissolvem."



***





Observação:



AQUI, o meu propósito é reunir material de interação social significativa que gere autorreflexão e, quem sabe, a conversação, usando as palavras para o conhecimento útil, aquele que, segundo Sócrates, nos torna melhores. É nessas buscas que percebo o quão incompleto é o conhecimento humano.


Quem sabe, algumas vezes poderei estar correndo o risco de atribuir frases não correspondentes a um ou outro pensador mencionado, apesar do meu rigor em relação às fontes de consulta. Neste sentido, o leitor poderá sugerir eventuais correções, contribuindo para o aprimoramento da informação.

Um amigo tranquilizou-me certa vez, mostrando que, mesmo se involuntário de minha parte, o pensamento não corresponder ao do verdadeiro autor, devo considerar o meu propósito e a essência da ideia.

Por outro lado, de cada autor, sintetizo apenas os pensamentos com os quais me identifico mais.


Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com, março 2018

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