quinta-feira, 16 de maio de 2013

AUTOCONSCIÊNCIA: QUEM JÁ EXPERIMENTA ESTE SOFISTICADO SENTIDO?


“A qualidade da sua consciência neste momento é que vai determinar o tipo de futuro que você vai viver”




“A IDEIA de que o mundo mudará se um número suficiente de pessoas elevar a sua consciência é absolutamente verdadeira. Se desejarmos um mundo novo, teremos uma enorme vantagem se soubermos o que quer dizer uma mudança de consciência’, revela Deepak Chopra em “A paz é o caminho”.

Segundo o psicanalista Domingos Fortes, domfortes@gmail.com, de Santos (SP), professor do “Curso Livre para Formação em Psicanálise”, que ora frequento, recentes relatos acerca da atividade humana, olhando retrospectivamente o Século XX, mostram que, muito mais do que os tempos, as pessoas também estão mudando, uma a uma e coletivamente. “Em nenhum outro período da história tantos aspectos da experiência humana foram tão alterados quanto hoje. As pessoas, atualmente, vivenciam a si próprias e ao mundo de maneiras muito diferentes daquelas dos seus ancestrais. Qualquer que seja o seu legado, o Século XX será lembrado como uma era de importantes transformações pessoais e planetárias.” (grifo dele)

Para Fortes, todos estão, a cada instante, procurando, e alcançando, alguma forma de transformação em busca de conhecimento (melhora da qualidade de vida). “O ser humano está permanentemente se adaptando a cada momento especial, momento esse que se transforma de acordo com o entendimento de cada pessoa, com o próprio ponto de vista individual”.

CONSCIÊNCIA” é o tema do meu blog: www.tomsimoes.com . Há neste veículo o propósito da autorreflexão para nos tornarmos pessoas melhores. Porque despertar para o essencial da natureza humana é o caminho para experimentar a paz. Porque eu creio que é preciso investir diariamente na mudança positiva da mente. Porque, uma vez ativada a autoconsciência, não há mais retrocesso; há apenas o progresso. Passamos então a controlar as costumeiras inconsequências de nossas atitudes. Continuamos a errar sim, por se tratar de um processo gradativo de mudança para superar a ignorância. Mas, então, o erro passa a ser consciente. Erramos, nos arrependemos e tentamos nos corrigir.

O processo de transformação nos leva ao erro, a percebê-lo e à necessidade vital de corrigi-lo imediata e acertadamente. Esse processo, inclusive, propicia uma responsabilidade maior com o mundo, pois, com a consciência desperta e mais amadurecidos emocionalmente, somos capazes de acolher generosamente a limitação dos outros. Capazes de ser mais tolerantes e produtivos como seres humanos verdadeiramente responsáveis. E isto sim faz a diferença para o progresso de cada um de nós. É quando, por exemplo, chegamos a nos surpreender com a mudança do outro quando, na realidade, quem mudou fomos nós.


O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA



“SER CONSCIENTE não é um estado momentâneo em nossa existência. Ser consciente refere-se à nossa maneira de existir no mundo. Está relacionado à forma como conduzimos nossas vidas e, especialmente, às ligações emocionais que estabelecemos com as pessoas e as coisas no nosso dia a dia. Ser dotado de consciência é ser capaz de amar”, disse Osvaldo, médico psiquiatra, professor assistente de Psiquiatria, que deu aula na UERJ a Ana Beatriz Barbosa Silva, médica com pós-graduação em psiquiatria, autora de “Mentes Perigosas: O psicopata mora ao lado”, que leio pela segunda vez.

No entender da autora, a consciência é um senso de responsabilidade e generosidade baseado em vínculos emocionais, de extrema nobreza, com outras criaturas (animais, seres humanos) ou até mesmo com a humanidade e o universo como um todo. É uma espécie de entidade invisível, que possui vida própria e que independe da nossa razão. É a voz secreta da alma, que habita em nosso interior e que nos orienta para o caminho do bem.

Para Ana Beatriz, ter consciência ou ser consciente trata-se de possuir o mais sofisticado e evoluído de todos os sentidos da vida humana: “o sexto sentido”. “Atrevo-me a afirmar que tal sentido foi o último a se desenvolver na história evolutiva da espécie humana. Nossa humanidade, benevolência e condescendência devem ser atribuídas a esse nobre sentido. A consciência é criadora do significado de nossa existência e, de forma subjetiva, também é criadora do significado da vida de cada um de nós. Ela influencia e determina o papel que cada um terá na sociedade e no universo.”

A consciência é tão espetacular que só podemos senti-la, e talvez esteja aí toda a sua grandeza, diz a autora. “Se existe alguma coisa de divino em nós, entendo que a nossa consciência seja essa expressão e, quem sabe, uma fração incalculável do tão falado e pouco praticado amor universal ou incondicional. Na verdade, esse ‘sexto sentido’ é essencialmente baseado na compaixão e na verdadeira prática do amor.”

Uma vez que a consciência está profundamente alicerçada em nossa habilidade de amar, de criar vínculos afetivos e de nos abastecer dos mais nobres sentimentos, ela nos faz subjetivamente únicos, porém integrados e sincrônicos com o TODO maior e transcendente (tenha ele o nome que tiver, nos diversos povos ao redor do mundo), acrescenta Ana Beatriz.

Em seu livro, Ana comenta que a consciência genuína nos impulsiona a ir ao encontro do outro, colocando-nos em seu lugar e entendendo a sua dor. Somos tomados por gestos simples como desejar “bom dia” àqueles que não conhecemos ou ligar para um amigo só para dizer: “Olá, como vai? Estou aqui para o que der e vier!” Inundados de consciência, pedimos desculpas sinceras àqueles que magoamos ou ferimos num momento de equívoco.

Para a  psiquiatra, esse ‘sexto sentido’ é que nos comove com as situações trágicas e também com a felicidade do encontro de irmãos separados desde a infância. Ele nos traz indignação frente ao preconceito, ao desrespeito às regras sociais, à intolerância com o próximo, à falta de educação, à corrupção e à impunidade. Permite-nos sentir a profundidade de uma bela melodia, apreciar a exuberância de uma flor e exclamar: ‘Nossa, que linda!’.

Ana Beatriz motiva mais ainda o leitor ao dizer que a consciência permite que nossos corações se alegrem com os primeiros raios de sol, anunciando que o dia será mais colorido, e também com a chuva que faz brotar a plantação, garantindo o nosso “pão de cada dia”. Leva-nos às orações e às correntes do bem na esperança de dias melhores. “Enfim, nos pequenos ou nos grandes gestos, a consciência genuína – e somente ela – é capaz de mudar o mundo para melhor”, complementa a autora.


NÃO TENHA INIMIGOS


“A qualidade da sua consciência neste momento é que vai determinar o tipo de futuro que você vai viver. Portanto, entregar-se é a coisa mais importante que você pode fazer para provocar uma mudança positiva. Qualquer outra coisa que você fizer será secundária. Nenhuma ação positiva pode surgir de um estado de consciência onde não exista entrega”, escreve Eckhart Tolle em “O Poder do Agora”.

Para esse estudioso, aqueles que continuam dominados pela mente – a grande maioria da população – não percebem a existência da energia espiritual. “Ela pertence a uma outra ordem e vai criar um mundo diferente quando um número suficiente de seres humanos entrar no estado de entrega e se tornar totalmente livre da negatividade. Se a Terra sobreviver, essa será a energia daqueles que a habitarem. Você atrai e transmite aquilo que corresponde ao seu estado interior”.

E então, observa Eckhart Tolle: “Eleve a consciência ao disseminar a informação, ou melhor, pratique a resistência passiva. Mas tenha a certeza de que você não carrega nenhuma resistência interior, nenhum ódio, nenhuma negatividade. ‘Ame os seus inimigos’, disse Jesus. O que obviamente significa: não tenha inimigos”.

Blaise Pascal, matemático e filosófio francês, diz algo assim: “A consciência é o melhor livro de moral que possuímos e o que mais devemos consultar”.

Para Daniel Goleman (que apresenta a obra “Consciência Emocional”, uma conversa entre Dalai Lama e Paul Ekman), ‘Inteligência emocional’ quer dizer ser inteligente no que se refere à vida emocional: mais autoconsciente, mais apto a lidar com emoções perturbadoras, mais sensível às emoções alheias – e capaz de reunir isso tudo visando a desenvolver interações eficazes e saudáveis. “Algumas pessoas são muito melhores do que outras no tocante a essas habilidades humanas fundamentais, mas a boa notícia é que todas essas habilidades são aprendidas – e ‘aprendíveis’.”

Consta também da referida obra: “O QUE DIGO A MEUS FILHOS é para levar a vida de forma que, quando chegarem à minha idade, eles olhem para trás e possam dizer: ‘Eu tentei fazer do mundo um lugar um pouco melhor do que o que encontrei: posso não ter conseguido, mas fiz o melhor que pude’. Com isso pode ser possível aceitar a morte. De outra forma, o pensamento será: ‘Ah! minha vida foi um desperdício’.”


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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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