sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

VICIADOS EM INTERNET

Como desenvolver temas relevantes do ponto de vista educativo que despertem o interesse da sociedade em ler e compartilhar...

Imagem: http://minilua.com
Em livros e artigos cresce no exterior o debate sobre os aspectos nocivos de viver o tempo todo conectado à internet. Este foi o tema de reportagem de Nelson de Sá, publicada na Folha de S. Paulo, caderno Tec, semanal, de 23 de janeiro de 2012.

Nelson conta que, para David Carr, repórter e colunista da área cultural do “NYT”, 2011 foi o primeiro ano em que ele viu sua produtividade cair por causa de seu consumo de mídia. E, para 2012, Carr diz estar diante da escolha entre cortar passeios de bicicleta ou “alguns desses hábitos digitais que estão me comendo vivo”.

Nelson revela também que se espalham pela Ásia os centros de recuperação de viciados em internet. “Na Coreia, já seriam 200. Na China, 300”.

“E, no último ano e meio, acumularam-se os livros com questionamentos sobre os efeitos da internet: ela mina a criatividade, escreve Jaron Lanier em ‘Gadget – você não é um aplicativo’ (ed. Saraiva); sufoca os momentos de quietude, segundo William Powers em ‘Hamlet’s Blackberry’, inédito no Brasil; e afasta as pessoas com ferramentas que serviriam para aproximá-las, segundo Sherry Turkle, do MIT, em ‘Alone together’, também inédito por aqui”, informa Nelson de Sá.

Ainda no mesmo caderno da Folha, em outro artigo, “Cansaço da web ainda está longe do Brasil”, corroborando estudos que indicam que a internet prejudica não apenas a criatividade das pessoas, mas a própria humanidade destas, o diretor de teatro Antunes Filho abandonou seu notebook, que deu para um assistente.

“Eu gosto de ficar com a cabeça livre”, responde Antunes. Para ele, a internet é o grande cheio. Você tem de ficar no grande vazio, no grande zen, solto, nuvem branca correndo no céu”.

O DIREITO DE NAVEGAR

Imagem: www.br.inter.net
“A web pode ter seu lado escuro, mas na teoria toda pessoa que dispõe de banda larga tem o potencial de começar uma empresa on-line, fazer cursos superiores ou iluminar o mundo com um blog inovador. Algumas poderiam até decidir começar uma revolução”, escreve Kevin Delaney em seu artigo “O direito de navegar na internet”, no caderno semanal “The New York Times”, da Folha de S. Paulo de 23 de janeiro.

Conta Kevin que países como França e Estônia declararam o acesso à internet um direito humano básico. E a ONU aderiu no ano passado, declarando a internet “uma ferramenta indispensável para realizar uma série de direitos humanos”.

Como escreveu o “Times” em editorial no ano passado, revela Kevin, “ninguém deve ser barrado na internet. É uma ferramenta fundamental para permitir a livre expressão”. Isso foi logo depois que líderes do Oriente Médio, como Hosni Mubarak do Egito, haviam tentado, sem sucesso, conter a maré da Primavera Árabe cortando o acesso de suas populações inquietas à rede, diz.

NOVAS MÍDIAS

Imagem: http://exame.abril.com.br
“Na minha época de garoto, janeiro era sinônimo de férias, tranquilidade, ritmo mais lento, dormir mais tarde, acordar sem pressa. Nunca na vida poderia imaginar um mês de janeiro tão agitado como este. E, em grande parte (e em diferentes sentidos), as redes sociais fizeram deste o janeiro mais social de todos os tempos”, revela Alexandre Hohagen, 44, jornalista e publicitário, responsável pelas operações do Facebook na América Latina, em sua crônica “Luiza, do Canadá para o governo”, publicada na Folha de S. Paulo, caderno Mercado, de 26/1/2012.

Alexandre escreve: “Nos primeiros dias do mês, a Luiza voltou do Canadá, um senador americano lançou um projeto natimorto que tentava regular a internet sob a sigla Sopa (algo como: lei de combate à pirataria on-line), azaração virou caso de polícia no BBB e alguns rabugentos aproveitaram a deixa para espinafrar a inteligência das novas gerações e as empresas de internet”.


Segundo o publicitário, tudo isso “viralizou” e foi compartilhado e comentado nas redes sociais por milhares de pessoas nas últimas semanas. Em meio a inúmeras análises, não deixaram de comparar a velha e a nova mídia. Alexandre ouviu e leu que a falta de profundidade dos temas mais comentados é culpa das “novas mídias”.

Ora, diz ele, a nova mídia na verdade não determina qual a profundidade ou quais temas interessam mais para a sociedade. “A matéria-prima da notícia e quem a produz serão cada vez mais relevantes. A mudança fundamental é que produzir notícia se tornou algo simples e fácil. Se as notícias acima se tornaram relevantes, é resultado do que a sociedade se interessa em ler e compartilhar. Essa é a nova regra da comunicação moderna, baseada nas interações sociais virtuais”.

Um dos questionamentos mais frequentes que o publicitário Alexandre faz a executivos nas suas palestras é: sua empresa é capaz de gerar uma informação que seja relevante para seus consumidores e que desperte neles o interesse em compartilhá-la? É assim que funciona.

DESAFIO

Imagem: www.editorafaces.com.br
Eu creio que um grande desafio para atingir viciados em internet seja a produção de conteúdos informativos produtivos, ainda que sintéticos, capazes de contribuir para a mudança positiva de mentalidade. É justamente este o meu propósito com o blog e as minhas inserções no Facebook e Twitter. Infelizmente, há ainda poucas manifestações on-line neste sentido. Porém, não se pode negar o gradativo interesse da sociedade pela informação educativa, capaz de levar à autorreflexão e mudança comportamental. A questão é: como desenvolver estrategicamente temas relevantes do ponto de vista educativo que possam despertar o interesse de um maior número de internautas em ler e compartilhar.

“Vivemos numa era volátil, em que muita gente está perdida, mas temos à disposição um manancial de sabedoria passada através de várias tradições ao longo dos tempos”, revela o mestre budista Lama Surya Das (que significa “Servidor do Sol”). Aos 60 anos, ele é hoje um dos principais nomes do budismo no Ocidente.

Lama Surya Das integra a série de entrevistas com grandes nomes da espiritualidade e do autoconhecimento no Brasil e no mundo que compõe a obra “Palavras de poder”, de autoria do jovem jornalista mineiro Lauro Henriques Jr., que leio atualmente e recomendo ao leitor.

Nestes tempos de excesso de informação, diz o monge, é fundamental desacelerar de vez em quando, para estar em contato com o que é atemporal, eterno, e não apenas com aquilo que vem e vai. Para esse mestre, a sabedoria, hoje, é um recurso natural ameaçado de extinção, é algo que precisa ser preservado e desenvolvido.

O budista declara também que essa sabedoria atemporal, que Aldous Huxley chamava de “filosofia perene”, está presente em todas as tradições religiosas, assim como na filosofia e nas artes ao longo dos tempos. “Não se trata de sofismas e teorias, é uma sabedoria de vida, prática, transformadora, de como sermos felizes e realizados, individual e coletivamente, pois não há separação”.

Em sua obra, Lauro Henriques cita Martin Luther King Jr., pastor e ativista político americano: “Aqueles que não estão procurando por felicidade são os mais prováveis de encontrá-la, pois aqueles que estão se esquecem de que o caminho mais certo para ser feliz é buscar a felicidade para os outros”.

Para finalizar, o jovem rabino americano Yehuda Berg, 40, que integra a referida obra, diz: “Apenas o tempo que passamos juntos, o fato de nos conectarmos do modo como nos conectamos já cria alguma transformação no mundo. Não sei o quê, não sei como, mas sei que está acontecendo”.

Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

5 comentários:

  1. Parabenizo-o por Site/Blg que tomei conhecimento por uma postagem de meu amigo Paulo Roberto Cabral Medeiros no Facebook, no Grupo 2012 A Era de Ouro.
    Já estou como Seguidor e possuo atualmente dois Blogs que diminui a quantidade porque justamente como diz o Artigo toma muito tempo e também pela minha avançada juventude. Visitarei sempre para me atualizar pois tem muita matéria ótima. Paz Profunda, Néveo J. Bello.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    2. Meu prezado Néveo, perdãooo pela bobagem que acabo de cometer. Exclui o seu precioso comentário, por conta de minha ignorância em lidar com alguns procedimentos "on-line".
      SAIBA que fico extremamente Feliz ao receber comentários de pessoas especiais como você. Tenho um desejo enorme de contribuir com os meus textos para mudar hábitos repetitivos das pessoas, com o propósito de torná-las Seres Humanos melhores a cada dia.
      Por gentileza, me envie os endereços de seus blogs: tomsimoes@hotmail.com
      Um Grande Abraço, seja Abençoado pelos Seres Superiores que Iluminam o nosso Mundo!

      Excluir
  2. Antonio Afonso Parreira15 de fevereiro de 2012 às 17:12

    Boa tarde!
    Agradeço a idéia deste site, pois é disso que precisamos nesse momento dificil dos tempos de KalliUga.
    A humanidade perdeu o trem da história e precisa urgentemente reencontrá-lo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá amigo, obrigado por me acolher de forma tão carinhosa. Saiba que tenho um interesse enorme de provocar as pessoas no sentido de conscientizá-las de seu papel como agente de mudança do mundo. O propósito fundamental dos meus textos é compartilhar Sabedorias de Grandes Mestres Universais, buscando transformar as pessoas em Seres Humanos melhores a cada dia. Um Grande Abraço, Tom

      Excluir

Para comentar mais facilmente, ao clicar em “Comentar como – Selecionar Perfil”, selecione NOME/URL. Após fazer a seleção, digite seu NOME e, em URL (preenchimento opcional), coloque o endereço do seu site.