quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

STEPHEN HAWKING E DEUS

Foto: http://criacionista.blogspot.com
Trata-se de uma síntese que faço do artigo “Hawking e Deus: relação íntima”, de autoria do cientista Marcelo Gleiser, publicado no jornal Folha de S. Paulo, página Ciência, de 12 de setembro de 2010.

“Stephen Hawking, o famoso físico da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, está mais uma vez ocupando manchetes e blogs pelo mundo afora. A razão é a publicação de seu livro ‘The Grand Design’, com Leonard Mlodinow, do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia)”, revela Gleiser.

Essa atenção é consequência da afirmação feita por Hawking de que a física resolveu a questão da origem do Universo e que, portanto, - diz Gleiser – Deus não é necessário. Segundo o articulista da Folha, “Na verdade, isso não passa de mais uma batalha numa guerra um tanto longa e inútil”.
Por eu trabalhar sempre na área do jornalismo científico, aprecio muito o talento de Marcelo Gleiser para escrever de forma tão didática e atraente sobre Ciência, sobretudo quando aborda assuntos que envolvem o conhecimento que transcende à experiência concreta do homem. Como é o caso deste artigo sobre as conclusões de Hawking.

“Hawking afirma que tem novos argumentos que colocam Deus para escanteio de vez. Será?”, interroga Gleiser.

E prossegue o articulista: “A ideia dele, que já circula de formas diferentes desde os anos 1970, vem do casamento da relatividade e da mecânica quântica para explicar a origem do Universo, isto é, como tudo veio do nada.”

Em seu livro “Criação Imperfeita”, publicado em março, Gleiser argumenta exatamente o oposto. Ele descreve como afirmações que defendem a existência de uma “teoria de tudo” são incompatíveis com a física. Para ele, as teorias que Hawking e Mlodinow usam para basear seus argumentos têm tanta evidência empírica quanto Deus.

“É lamentável que físicos como Hawking estejam divulgando teorias especulativas como quase concluídas. A euforia na mídia é compreensível: o homem quer ser Deus”. [...] Não sabemos nem mesmo se essas teorias fazem sentido”, escreve Gleiser.

Mais adiante: “Como nos mostra a história da ciência, surpresas ocorrem a toda hora. Talvez esteja na hora de Hawking deixar Deus em paz”, admite Gleiser.

Para complementar, busco inspiração no filósofo Juvenal Savian Filho, em sua obra “Deus”, que li recentemente, quando ele escreve: “No budismo, tudo o que existe seria parte de uma grande unidade sagrada, um fluxo universal que não cessa jamais, sem começo nem fim. Cada ser, então, não passaria de uma concentração dos elementos que compõem esse fluxo. Por isso, pode-se perguntar se o budismo fala realmente de ‘Deus’. Na verdade, mais do que de Deus, o budismo fala do ser humano, e, no máximo, fala da totalidade do cosmo como uma unidade divina absoluta.”

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