Na obra "O monge e o executivo", James C. Hunter faz algumas observações importantes sobre a arte de ouvir. Ele diz, por exemplo, que muitas pessoas acham, erradamente, que ouvir é um processo passivo que consiste em ficar em silêncio enquanto outra pessoa fala. Podemos até nos considerar bons ouvintes, mas o que fazemos, na maior parte das vezes, é ouvir seletivamente, fazendo julgamentos sobre o que está sendo dito e pensando em maneiras de terminar a conversa ou direcioná-la de modo mais prazeroso para nós, admite o autor.
Segundo Hunter, "Alguém disse, certa vez, que se não soubéssemos que a seguir seria nossa vez de falar, ninguém ouviria!" Para ele, podemos pensar quatro vezes mais rápido do que falamos. Por isso, há muito ruído interno – conversação interna – acontecendo em nossa cabeça enquanto ouvimos.
O ouvir ativo requer esforço consciente e disciplinado para silenciar toda a conversação interna enquanto ouvimos outro ser humano, avalia o escritor. Isso exige sacrifício, uma doação de nós mesmos para bloquear o mais possível o ruído interno e de fato entrar no mundo da outra pessoa – mesmo que por poucos minutos, acrescenta. Hunter diz também que o ouvinte ativo tenta ver as coisas como quem fala as vê e sentir as coisas como quem fala as sente.
Daí Ptahhotep, velho faraó egípcio, descreve com sabedoria: "Aqueles que precisam ouvir os apelos e gritos de seu povo devem fazê-lo com paciência. Porque as pessoas querem muito mais atenção para o que dizem do que para o atendimento de suas reivindicações."
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