sábado, 19 de fevereiro de 2011

QUEM É CAPAZ DE RENOVAR CONSTANTEMENTE SUA ROTINA DIÁRIA, SAIR DA MESMICE...?

Imagem: http://www.flickr.com/photos/marilena-rodrigues
Costumamos repetir diariamente as mesmas coisas. Sem novidades, sem disposição para mudar, fruto da acomodação. Há, infelizmente, raras pessoas dispostas a inovar diariamente suas vidas.  

Quem é capaz de iniciar um novo dia disposto a acrescentar algo de novo em sua rotina? E então, com determinação para se tornar uma nova pessoa, ir acumulando conquistas que certamente contribuirão para elevar a autoestima, experimentando a sensação da felicidade permanente.
Quem é capaz? De cumprimentar hoje um colega de forma diferente, dar atenção diferencial a um trabalhador da limpeza que passa despercebido de todos em sua empresa, fazer algo diferente na rotina de sua casa: reorganizar armários de casa, desfazer-se de objetos sem utilidade..., iniciar um esporte, esforçar-se para iniciar o hábito da leitura, conter o hábito usual da crítica duvidosa e desnecessária, exercitar a concentração e a autorreflexão, habituar-se a elogiar de forma descompromissada ações de outras pessoas, parar de fumar, parar de se lamentar, substituir a “cara fechada” pelo sorriso acolhedor, dar um dinheiro ou comida a um morador de rua, oferecer um lanche para o funcionário do prédio onde mora, desligar a televisão e ocupar esse tempo com ações produtivas, ainda que seja para repousar mais cedo... Quem é capaz de mudar constantemente, abandonando a acomodação e investindo em atitudes promissoras que desencadeiam o bem-estar com a sensação de deveres cumpridos. 

Eu não posso viver centrado nos meus interesses. Tenho de ir além.  Não há como me realizar agindo de forma egoísta. Felicidade permanente implica essencialmente no resultado que colho com ações desprovidas de interesse pessoal, que me fazem sentir como instrumento de transformação  das minhas circunstâncias.    

Não há idade determinada para despertar a consciência da renovação. Enquanto se vive, independente das circunstâncias da vida, a palavra de ordem é investir na disposição de se tornar uma nova pessoa, permanentemente.  

Expansão das habilidades

 “Tentar coisas novas envolve, pelas definições do cérebro, correr riscos: abandonar o usual, a rotina, e se lançar em novas paragens sem garantia de sucesso. Algumas novidades são bastante inofensivas, como andar do outro lado da rua ou mudar de cabeleireiro. Outras são mais perigosas, mas expandem nossos horizontes e mudam a nossa vida, como aprender a nadar, andar de bicicleta ou dirigir”, comenta a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, em sua crônica “Uma neurocientista no trapézio”, publicado na Folha de S. Paulo, caderno Equilíbrio, de 11/1/2011.  

Suzana é professora da UFRJ e autora de “Pílulas de neurociência para uma vida melhor” e do blog www.suzanaherculanohouzel.com Para ela, além de expandir nosso repertório de talentos, aceitar se lançar em atividades novas ainda traz uma vantagem bônus: a satisfação da conquista e, com ela, uma injeção de autoconfiança – que, por sua vez, nos impele a continuar experimentando e testando (e expandindo) nossas habilidades. 

“Beta permanente” 

A prática da inovação é também fator primordial na atividade empresarial. Veja o que Gilberto Dimenstein escreve a respeito, em seu artigo “O mundo beta permanente”, publicado na Folha de S. Paulo, caderno Cotidiano, de 16/1/2011:  

“Um produto de alta tecnologia ainda em teste está na chamada fase beta. Daí surgiu a expressão “beta permanente”: o produto continua em teste mesmo depois de entrar no mercado, vivendo em constante renovação, como se o definitivo fosse o provisório, sempre aberto às mais diferentes colaborações e revisões”. 

Dimenstein explica que estar inacabado não é necessariamente um problema porque, na era da informação, se inova sempre e cada vez mais rapidamente. E diz também que muitas empresas estão entregando seus produtos em fase “beta permanente”, o que, até há pouco tempo, seria visto como um descuido. 

E mais: “O mundo ‘beta permanente’ já está moldando a forma como trabalhamos, ensinamos, aprendemos e produzimos: basta ver a velocidade com que os mais jovens se adaptam às novas tecnologias. Ou como cada vez mais rapidamente as empresas se desfazem”.   

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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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