Leio diariamente o jornal Folha de S.Paulo, buscando principalmente motivação para o blog. Ao deparar com o artigo "Piano na UTI" (Folha, 14/1/2009), fiquei arrepiado e com os olhos molhados. Sempre faço questão de reafirmar a importância da releitura de textos. O artigo "Releitura e revitalização de textos jornalísticos" (http://tomsimoes.criarumblog.com, set. 2008) aborda amplamente este meu ponto de vista.
"Piano na UTI" não causa impacto apenas pela singularidade do fato em si. A mensagem traz outros significados, como, por exemplo, até onde podemos chegar para retribuir a fidelidade de um amigo. Eis a recomposição do texto.
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O pianista João Carlos Martins tocou especialmente na UTI do Hospital Nove de Julho para o amigo Nino, apelido de Vicente Amato Filho, diretor artístico da Apaa (Associação Paulista dos Amigos da Arte). Poucos dias após passar pela nona cirurgia nas mãos, o pianista, que luta contra limitações físicas para continuar a tocar, executou três canções, a pedido do amigo.
"Talvez tenha sido a apresentação mais emocionante nos meus 60 anos de carreira". Nino morreu no dia 8 de janeiro, aos 69, devido a um câncer no fígado.
Na recepção do hospital, no último dia de 2008, o pianista ouviu que não poderia subir para tocar porque o amigo que ele visitara no dia anterior havia dado entrada na UTI.
Com a mão enfaixada, João Carlos Martins cumpriu a promessa. Segundo Carmen, mulher do pianista, pacientes da UTI que pediram para ouvir o piano naquele dia tiveram melhora de 30% no quadro clínico. Inclusive Nino.
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