terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Natal: outra abordagem

Há sempre textos interessantes circulando por aí. Como este: "Relações delicadas", de autoria de Mírian Ribeiro, publicado no Jornal da Orla de Santos (SP) em 21 de dezembro. Quando me deparo com reflexões desta natureza, penso sempre em contribuir para sua ampla difusão.



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Há pessoas que começam a ficar tensas um mês antes do Natal, já temendo os desentendimentos que possam eclodir. Segundo a psicoterapeuta Márcia Atik, por ser a célula mais próxima, tudo em família é muito potencializado e é inevitável que as relações fiquem mais sensíveis. Talvez isso explique por que geralmente as coisas voltam às boas depois dos atritos.

O Natal já é uma data que sensibiliza, mexe com os vazios, as angústias. Seria apenas uma data de reencontro e comemorações, mas enquanto as crianças ficam alegres e excitadas, muitos adultos sentem-se melancólicos pela perda de um ente querido ou algum outro motivo. As questões bem pessoais e familiares ainda tocam muito a alma, diz a psicoterapeuta.


Parece simples, mas é justamente no trato com os mais próximos que muitas vezes falta o cuidado da prática da gentileza e, não raro, surge um espírito de porco que traz à tona antigas mágoas, casos que deveriam cair no esquecimento, ou faz uma provocação gratuita, estragando a festa dos demais. Uma situação que cria conflitos e pode transformar uma alegre confraternização familiar, como a ceia de Natal, em lavagem de roupa suja, escreve Mírian Ribeiro.


Para Márcia Atik, é preciso manter ereta a árvore que cada um quer ser, frondosa, com raízes fortes, que dê mais frutos e sombra. Para viver com alegria o congraçamento familiar, é importante se apegar mais ao sentido espiritual do Natal, adequando a realidade à nossa família real, não à que se desejava e não se tem, recomenda. Saber conviver com as imperfeições da família e os defeitos de cada um já é um bom caminho. Conviver com as imperfeições nos enriquece ou como aprendizado ou como exercício de tolerância, ensina a psicoterapeuta.

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