quarta-feira, 10 de março de 2010

Medo de perder alguém

Leio “Picos e vales”, de Spencer Johnson, autor do best seller “Quem mexeu no meu queijo?”
 
“Picos e vales” não são apenas os momentos bons e ruins que acontecem com a gente. São também como a gente se sente por dentro e como reage a acontecimentos externos, consta da sinopse da obra. Trata-se da história de um jovem que vive infeliz até encontrar um senhor que mora em uma montanha.
 
Em suas conversas com o jovem, o homem, um sábio, conta que, quando sua esposa começou a adoecer, isso se tornou um vale cada vez mais profundo para sua família. “Para ela, criar nossos filhos, cuidar da casa e dar atenção a todos nós sempre havia parecido algo que não exigia esforço nenhum. Foi difícil para nós vê-la sofrer tanto a ponto de não poder fazer as coisas de que sempre gostou”.
 
O bom homem relata: “Achei que cabia a mim tentar assumir a maior parte do que ela costumava fazer. Assim esforcei-me para cuidar dela  e de nossos filhos, ajudei a cuidar da casa e continuei trabalhando. Em pouco tempo, estava bastante estressado. É claro, eu estava preocupado mesmo era com o bem-estar dela. Não sabia o que fazer”.
 
A voz daquele homem ficou embargada por um momento quando ele lembrou desse período de provações. Deve ter sido muito difícil, disse o jovem.
 
“Tive medo”, admitiu o protagonista da história. “Fiquei preocupado com o que iria acontecer. Eu sabia que o medo costuma afugentar a verdade. Por isso, perguntei a mim mesmo: ‘Qual é a verdade contida nessa situação?’ E a verdade era simples: ‘Eu a amava’. Então, perguntei a mim mesmo: ‘Qual seria a coisa mais amorosa que eu poderia fazer neste exato momento?’ De início, eu não sabia. Mas, então, comecei a fazer tudo de atencioso que pudesse imaginar para o bem dela. E em pouco tempo a situação já não parecia mais um vale profundo”.
 
“E por que isso?, o jovem quis saber.
 
“Porque vi que minha mulher percebeu o quanto eu a amava. Isso fez com que se sentisse melhor. Eu sabia que não fora tão atencioso antes como poderia ter sido. Em pouco tempo, passei a gozar da sensação agradável que se instala quando nos tornamos uma pessoa melhor. Comecei a me sentir mais tranquilo e produtivo, mesmo nas terríveis circunstâncias em que nos encontrávamos. Percebi que muitos dos nossos medos tinham na verdade a ver comigo, não com ela. Quando procurei formas de ser mais amoroso, mudei o foco de mim para ela. Consegui sair de mim mesmo”.
 
Por que recortei esta passagem de “Picos e vales” para inserir no blog? É para tentar fazer com que as pessoas saiam humildemente de suas “zonas de conforto” e experimentem resultados em suas mudanças. Vivemos anestesiados, acostumados com a rotina, até que um lamentável acontecimento possa nos despertar, quiçá em tempo de mudar atitudes e se tornar uma nova pessoa.
 
É sempre bom refletir: “Qual seria a coisa mais amorosa que eu poderia fazer neste exato momento?”, ainda que amargurado com a perda de alguém. Não importa se a pessoa sente-se culpada por algo que deixou de fazer. A circunstância de um sofrimento pode motivar um processo de mudança. Transformar-se positivamente em uma pessoa melhor para o mundo, em nome do ser amado que se foi, é a forma mais saudável de superar a dor, reverenciar o morto, se renovar e se manter em paz.
 
“Picos são os momentos em que você valoriza o que tem. Vales são os momentos em que você sente falta do que não tem. Não podemos controlar sempre os acontecimentos externos, mas podemos controlar nossos picos e vales pessoais com o que acreditamos e com o que fazemos. O caminho para fora do vale surge quando você decide ver as coisas de outra forma”, pondera Spencer Johnson. Aliás, a meu ver, uma obra recomendável a jovens que gostam de ler: com texto envolvente e baixo custo: R$ 19,90. Uma boa sugestão de presente.

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