terça-feira, 3 de novembro de 2009

Finados...

Foto: Marilena Rodrigues, http://photopoetica.zip.net
Como é costume no “Dia de Finados”, 2 de novembro, as pessoas visitam os cemitérios para reverenciar os seus mortos. Ontem, 1º. de novembro, um amigo comentou ter encontrado alguém no cemitério que lhe contou sobre o interesse de sua família na remoção, para outra cidade, dos restos mortais de um falecido. Esse fato levou-me a pensar na cremação, como outra possibilidade de destino do corpo morto.

Há tanto medo da morte quanto ignorância a respeito desse inevitável destino do ser humano.  A preguiça mental e o interesse do homem pelas recompensas materiais e imediatas impedem o entendimento e a aceitação mais natural desse estágio da vida no plano da “imaterialidade”. 


Neste “Dia de Finados”, por coincidência, acabo de ler “Muitas vidas, muitos mestres”, do psiquiatra e pesquisador americano Brian Weiss.
 
É então que desejo compartilhar com meus leitores especiais alguns trechos de “Muitas vidas,...”, susceptíveis de reflexão para o apaziguamento da saudade de um ente falecido e para uma possível “aceitação sensata” desse ponto final (?...) da existência material.
 
Ao me referir à preguiça mental, penso na vasta literatura disponível sobre o conceito de vida e morte, sob o ponto de vista da filosofia e das diferentes crenças humanas.  

Hoje, por experiência própria, posso dizer que, em termos de religiosidade, a busca do conhecimento há de ser ampla. Há raro interesse das pessoas pela literatura metafísica ou ocultista. Como diz Brian Weiss, elas ficam ‘tranquilas’(?...) na sua crença. 

Mas, na verdade, temos de buscar o conhecimento que nos tranquilize verdadeiramente. Onde? Na literatura, por exemplo, e na própria vida, atentos aos diferentes caminhos que ela nos apresenta em termos filosófico-espirituais, pois é a partir da diversidade que nos tornamos únicos, independentemente do rótulo religioso. Para Weiss, o homem é mais ritualista que espiritual. Concordo com ele. 


“Porém, a vida é eterna, por isso não morremos. Na verdade, nunca nascemos. Só passamos por fases diferentes. Não há fim. O ser humano tem várias dimensões. Mas o tempo não é como o vemos, e sim medido por lições que devemos aprender”, escreve o psiquiatra americano.

Vidas sucessivas... 

“Estou flutuando... longe do meu corpo. Não tenho corpo. Sou espírito novamente”, descreve Catherine, que Weiss curou de ansiedade, ataques de pânico e fobias através da terapia de vidas regressas. Durante sessões de hipnose, Catherine falou de traumas sofridos em vidas passadas, que pareciam ser a origem de seus problemas.  

“Cético, o doutor Weiss não acreditou no que estava presenciando até que a paciente começou a narrar fatos da vida dele, que ela jamais poderia conhecer, e a transmitir mensagens de espíritos altamente desenvolvidos – os Mestres – sobre a vida e a morte”, menciona a sinopse da obra.  

Segundo os editores, publicar “Muitas vidas, muitos mestres” exigiu de Brian Weiss uma boa dose de coragem para abordar um tema como terapia de vidas passadas, que provavelmente despertaria ceticismo e rejeição por parte de muitos membros de sua comunidade científica. E foi graças à sua determinação que o tema da reencarnação pôde ser compartilhado por um número maior de pessoas.  

O medo da morte 

Sinto-me obrigado a transcrever o que Weiss fala sobre esse medo: “... O medo da morte, aquele medo tão oculto e constante que não há dinheiro ou poder capaz de neutralizar – este é o cerne da questão. Mas, se as pessoas soubessem que ‘a vida é eterna, por isso não morremos e nunca nascemos de fato’, esse medo deixaria de existir. Se soubessem que viveram inúmeras vezes e tornariam a viver outras tantas, iriam se sentir tranquilas. Se soubessem que os espíritos estão por perto para ajudá-las enquanto estão no estado físico e que, depois da morte, no estado espiritual, elas se juntariam a esses espíritos e aos seus mortos queridos, ficariam muito confortadas. Se soubessem que os ‘anjos da guarda’ realmente existem, se sentiriam mais seguras. E que os atos de violência e as injustiças contra as pessoas não passam despercebidos, mas terão de ser pagos concretamente numa outra vida, guardariam muito menos ódio e desejo de vingança. E se é verdade que ‘pelo conhecimento nos aproximamos de Deus’, de que servem os bens materiais, quando representam um fim em si mesmo e não um meio para essa aproximação? De nada vale a ganância ou a avidez pelo poder.  

“... Mas como levar esse conhecimento às pessoas? A maioria recita suas orações nas igrejas, nas sinagogas, nas mesquitas ou nos templos, proclamando a imortalidade da alma. No entanto, depois de prece, voltam às suas rotinas competitivas, praticando a cobiça, a manipulação e o egoísmo. Essas atitudes retardam o progresso da alma. Assim, se a fé não basta, talvez a ciência possa ajudar. Talvez experiências como a de Catherine e a minha precisam ser estudadas, analisadas e relatadas de forma imparcial e científica por especialistas nas ciências comportamentais e físicas”...  

Weiss crê que a humanidade é imortal e o que fazemos agora é aprender as nossas lições. Estamos todos na escola. É muito simples quando se é capaz de acreditar na imortalidade. Para o renomado psiquiatra, o importante é manter a mente aberta. Compreender que a vida vai além das aparências, que ultrapassa nossos cinco sentidos. Ser receptivo a novos conhecimentos e experiências, isto é essencial. “Nossa tarefa é aprender, tornarmo-nos divinos através do conhecimento”, revela. 

Há muito que aprender com o doutor Brian Weiss, pois as lições de vida que coligiu ao longo do tempo não se esgotam com poucas citações, muito menos de uma única obra.  “Muitas vidas, muitos mestres”, de leitura acessível, é algo que pode ajudar alguém que enfrenta a perda recente de um ente querido. 

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