sábado, 12 de julho de 2008

O homem está centrado no “eu” inferior

O despertar da espiritualidade amplia a visão do universo e, conseqüentemente, o entendimento da vida como um todo. Instalado o processo da consciência superior, o indivíduo experimenta, a cada dia, ações que o transformam em
uma pessoa cada vez melhor. Este é o verdadeiro sentido da existência humana: o que posso acrescentar diariamente em minha vida para aprimorar o conhecimento e entendimento e melhorar a vida das pessoas?

A esse respeito, reflete Tenzin Gyatso, o 14º Dalai-Lama, na obra "365 Mensagens de Sabedoria e Compaixão": "Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Essas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Desse ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto". Para esse mestre da sabedoria, podemos negar tudo, exceto o fato de que temos a possibilidade de ser melhores.

Para os acomodados, há sempre "bons" argumentos para justificar o desinteresse pela renovação. Centradas no "eu" inferior, as pessoas não captam as oportunidades providenciais que a vida oferece em todo momento. Responder afirmativamente a sinais naturais e sagrados do dia-a-dia é questão de livre-arbítrio. Ninguém é obrigado a fazer algo, e cada um é responsável pelas suas escolhas e respectivas conseqüências.

A mente pode e deve transformar-se para melhor, diz Dalai-Lama. Para o mestre, todos começam com as mesmas aptidões, mas algumas pessoas as desenvolvem, outras não. "Nós nos acostumamos com facilidade à preguiça da mente, sobretudo porque muitas vezes essa preguiça se esconde sob a aparência de atividade: corremos de um lado para outro, fazemos cálculos e damos telefonemas. No entanto, tudo isso ocupa apenas os níveis mais toscos e elementares da mente. E oculta o que existe de essencial em nós".

Os Anjos estão sempre prontos a nos acolher. Eles batem delicada e constantemente à nossa porta para oferecer proteção, mas não nos obrigam a abri-la. Eles respeitam o nosso livre-arbítrio. Se acreditarmos na energia divina, temos que invocá-la diretamente e pedir a proteção desejada.

Buscam-se sempre culpados para justificar as coisas que não dar certo. Não há chance de entender e tolerar o outro. Há um desejo constante de recompensas e uma dificuldade para lidar positivamente com algo que não deu certo.

Alguém telefona pedindo a sustação de um cheque, por exemplo, por conta de um roubo. A primeira idéia que vem à mente é culpar a vítima pelo descuido. Não se reflete sobre a agonia da vítima, tão menos sobre a possibilidade de se colocar no lugar dela. Esquece-se de ser também susceptível a roubos.

O que perdem as pessoas por não despertar o desenvolvimento do "eu" superior? Esse despertar passa pelo processo da reflexão, entendimento, equilíbrio emocional, doação desinteressada, mudança positiva de comportamento... Vive-se na mais completa ansiedade, sofrendo-se constantemente pelo "vir a ser, vir a acontecer". E então se esquece de viver produtivamente cada momento, único e repleto de possibilidades de realização e encontro com o "eu" verdadeiro.

Outro dia, ao meditar logo cedo em uma igreja, refletia sobre o que duas pessoas, que ali estavam, invocavam em suas orações. Imaginava que, possivelmente, pediam ajuda divina para alguma circunstância de suas vidas. E então as acolhi também em minhas preces, pedindo a Deus que abençoasse aquele templo e iluminasse a todos que ali pousassem. E então experimentei a sensação da paz interior...

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