quinta-feira, 2 de março de 2017

Igreja cheia...

Mas ainda incapaz de promover mudanças essenciais em seus fiéis


Tom Simões, jornalista, tomsimoes@hotmail.com, Santos (São Paulo, Brasil),
março 2017




“[...] A LIBERDADE de expressão se conta entre as mais valiosas joias do pensamento iluminista. Ela está na base de algumas de nossas mais produtivas instituições, como a democracia, as artes e a liberdade acadêmica – e, consequentemente, o desenvolvimento científico. Mais até, ao assegurar que todas as ideias possam ser discutidas sob todos os ângulos, a liberdade de expressão permite que cada sociedade encontre seu ponto de equilíbrio entre a mudança e a conservação”, cita Hélio Schwartsman, filósofo e jornalista brasileiro, em sua crônica ‘Sob censura’ (Folha de S. Paulo, 14/02/2017).

Fui criado na Igreja Católica. Varria a igreja, cuidava da doação dos dízimos, participava da antiga Cruzada Eucarística... Certa vez, regressando da Espanha, onde fora visitar seus familiares, o padre Antônio, da Paróquia Nossa Senhora da Aparecida, trouxe-me chocolate de presente. Eu tinha um vínculo importante com a paróquia na fase da pré-adolescência. Além da igreja, frequentei parte do Ensino Fundamental em uma escola dirigida por frades carmelitas.

As duas últimas vezes, porém, em que voltei a assistir a uma missa, em igrejas diferentes, foram missas de sétimo dia, uma pela morte de um amigo e outra, do pai de um amigo. Confesso surpreender-me por não terem mudado praticamente nada, desde a minha infância, a cerimônia da missa e, principalmente, as palavras do sacerdote. O algo que mudou foi: há mais ruídos e menos silêncio. Em uma das igrejas cheguei a me incomodar consideravelmente com a ‘vozearia’ do ritual. Havia, diante do altar, um homem acusando incessantemente os cristãos, amedrontando-os com a ideia do pecado, da culpa e do inferno. Sem direito a perguntas e reflexões pelos participantes. O padre continua o senhor da palavra, o ‘representante legítimo’ de Deus na Terra.


Daí surgirem algumas dúvidas: ‘Como a Igreja Católica concentra ainda tantos fiéis sem um apelo adequado para os tempos atuais? Por que perde a oportunidade de transformar verdadeiramente uma quantidade tão grande de pessoas? Cadê a liberdade dos católicos de usar o seu livre-arbítrio, quando todos são considerados pecadores, sem poder optar, sem culpa, por uma vida normal que os levem a agir apenas de acordo com a sua consciência, com base no princípio de não prejudicar o próximo e ser instrumento do bem?’ E sobre os valores humanos e espirituais que independem da condição do praticante como casado, divorciado ou amasiado e de suas preferências, especialmente a sexual, tão a miúde criticada?... Neste sentido, como mostra Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo de Fé e Cultura da PUC-SP, http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2014-01-01/perspectiva-2014-as-mudancas-da-igreja-catolica-com-o-papa-francisco.html, o papa Francisco deixa claro que defenderá o direito da Igreja de dar um juízo sobre o que é mais adequado para a pessoa, e que condena o que chama de ‘relativismo moral’. “Deixa claro ainda que o mais importante é que cada um se sinta amado e acolhido por Deus, seja heterossexual ou homossexual. Assim, os homossexuais – e todos os que hoje se sentem afastados da Igreja – podem ter certeza que toda a comunidade católica está sendo chamada a acolhê-los e a estar próxima deles.”

Quando observo a quantidade de fiéis, imagino no que poderia se transformar uma missa em termos de autorreflexão e expansão da consciência, a fim de se romper com ideias e formas velhas no mundo do pensamento. Eu creio que a função de qualquer líder religioso, de qualquer crença, deva ser compartilhar conhecimento capaz de modificar comportamentos e valores, e nunca usar o dom da palavra para amedrontar e condenar aqueles que buscam orientação. Com palavras de incentivo que levem à autorrealização, as pessoas podem se sentir inspiradas a melhorar algo em suas vidas, ao invés de sair do templo sem conforto e nada agregando em suas biografias.

Quando visito hoje um templo, qualquer que seja a sua natureza, espero encontrar algum insight ali capaz de agregar valor à minha vida. Concebo um templo com uma especial missão: capacitar os frequentadores para ajudar o mundo; todos os pensamentos e ações humanas devem ter essa meta. Fazer aflorar o amor em quem não o tem manifestado em si, esta sim, em outras palavras, é o fundamento de toda religião.

No caso da Igreja Católica, o discurso é ainda muito com base na crítica e no julgamento. O despertar espiritual não se processa pela via do medo, da culpa, da acusação, ele se dá a partir de um esforço dos cristãos de perscrutarem e transformarem a si próprios. Para que eles possam despertar para o desperdício e o perigo de uma vida não examinada, e aprender a se sentir mais calmos, silenciosos e pacíficos. Lembrando Millôr Fernandes, 1923-2012, “A verdade é que a maior parte das pessoas foge de tentações que nem se dão ao trabalho de tentá-las”.

“Podemos nos voltar para a religião como um meio de satisfazer os nossos anseios ou de buscar conforto em momentos de necessidade. Nosso impulso religioso, porém, talvez não seja profundo o bastante para sanar nossa sensação de vazio e isolamento; é possível que as mesmas ansiedades e medos reapareçam. Ou talvez a nossa fé não seja suficientemente firme – podemos ser afligidos por dúvidas não resolvidas, ou nosso intelecto pode nos forçar a rejeitar crenças tradicionais que não pareçam relevantes à nossa vida ou ao nosso tempo”, avalia Tarthang Tulku. Ele pondera: “Que valor tem a nossa educação atual – em seu sentido mais amplo – se não nos ensina como viver livres de sofrimento e dor?”.  




Eu me distraio regularmente numa missa. Há apelos excessivos que bloqueiam a concentração. O templo e a oração clamam silêncio. E isso eu sinto quando visito um templo vazio: a energia concentrada nesses espaços sagrados, onde as pessoas se dirigem para se elevar espiritualmente, contagia-me profundamente, deixando-me levar facilmente pela emoção. Na segunda das duas últimas missas a que assisti, assim me senti em apenas dois momentos: durante a consagração do pão e do vinho, com o repicar dos sinos, e em outro momento silencioso, em que os fiéis repetiam as palavras do sacerdote: ‘Amém, Amém, Amém’.

Sobre o silêncio

Em seu texto ‘Reencontrar o templo do silêncio interior’, http://www.franciscanos.org.br/?p=40365, frei Almir Ribeiro Guimarães faz uma inspiradora reflexão sobre a urgência de buscar a aquietação interior e o silêncio, ou seja, tentar encontrar o caminho do interior, até o centro do coração, ali onde o homem desperta para si, desperta para Deus.

Frei Almir descreve: “Não dá mais para viver na superficialidade das coisas. Chegou a hora de reencontrar o caminho do interior, do silêncio eloquente. Andar lentamente, caminhar, fechar os olhos, deixar a beleza nos penetrar: beleza de um salmo recitado lentamente, beleza de uma música que vai até o fundo, beleza de horas de silêncio. Não suportamos mais gritos e berros, baterias e atabaques, zoada e barulheira perturbadora. Barulho de nosso ego, desse mundo inquieto que fabricamos para nós mesmos. Temos saudade de ouvir o correr suave do regato sobre as pedras, de escutar a brisa que baloiça as roseiras e as azaleias e de nos dar conta de um murmúrio dentro de nós. Seria o farfalhar do Espírito?”. 

O máximo de ruído que se escuta - brinda-nos frei Almir - é o crepitar da vela que fora acesa para a recitação da liturgia. “Antes da entoação dos cânticos, há o silêncio. Olhos fechados, corpo sereno, mente acalmada. As portas do coração dos religiosos estão abertas para ouvir Aquele que fala no silêncio. E se cantam os hinos, cantam os salmos, misturam aleluias, mesclam tudo com longos momentos de silêncio. Fala a letra do salmo. Fala o silêncio no asterisco do salmo. E como fala! Há silêncio dos sons externos... Mas há antes de tudo esse silêncio do esvaziamento. E a pessoa que sai da capela, depois da Missa, é pessoa vestida de silêncio, grávida do Deus que fala no silêncio.”

Exigências dos novos tempos

 


Há um trecho de um poema de Camões que nos leva a refletir sobre o tempo: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. Muda-se o ser, muda-se a confiança: todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades”. Nesse sentido, os discursos do papa Francisco tentam mudar a imagem de intocável da igreja católica, com repercussão na comunidade e entre os padres.

Segundo o artigo publicado em: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2016/07/11/interna_cidadesdf,539723/discursos-do-papa-tem-mudado-a-imagem-de-intocavel-da-igreja-catolica.shtml, “Desde que iniciou o pontificado, o papa Francisco surpreende com discursos no qual trata de temas através dos quais a Igreja não costumava se comunicar abertamente. O líder religioso, além de carismático, tem espírito acolhedor com as minorias. Os discursos mostram que o preconceito diminui com a linguagem de misericórdia utilizada e inspira individual e coletivamente os católicos pelo mundo”. 

“O ser humano que deseja levar a sério sua vida vai em algum momento se perguntar do sentido dela. Por que está aqui? Por que levar adiante seus projetos se sabe que um dia sua vida terrena acabará?”, admite o padre Francisco Marcelo Szymkowiak de Lara, formado em Filosofia e Teologia e em Comunicação Social,  http://www.gazetainformativa.com.br/na-religiao-uma-resposta-que-se-busca/
É claro que, para aquele que não professa alguma fé, a visão é outra, revela padre Marcelo. Para ele, a religião é o campo que irá dizer para as pessoas que além dessa realidade material existe outra realidade, a espiritual. A religião tem o papel de mostrar essas duas realidades e conduzir o ser humano a vivê-las. “Aquele que vive uma religião verdadeiramente, a vive porque encontra nela o sentido para sua vida, encontra respostas que o satisfazem. Mesmo sabendo que essa realidade material passa, crê que a vida não é apenas a material, mas sabe que sua vida encontra a plena realização num plano superior, espiritual, porque a realidade espiritual é algo que não passa. A vida tem continuidade, é eterna...”. 
Em https://noticias.gospelmais.com.br/teologo-igreja-catolica-precisa-rever-conceitos-muda-acaba-50120.html, Tiago Chagas cita: “Teólogo afirma que a Igreja Católica precisa rever conceitos e funções: ou muda ou acaba’”; e o teólogo Mário de França Miranda, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, ex-membro da Comissão Teológica do Vaticano, também diz: “A Igreja Católica precisa mudar: já está mudando. Ou muda ou acaba. As religiões têm um papel muito forte no mundo de hoje, e a Igreja tem de ser uma reserva ética, apesar dos mal feitos da cúpula”.
Miranda é escritor de livros que abordam a teologia e, sob seu ponto de vista, o sentido da Igreja em si precisa ser resgatado. “É, há paróquias que viraram agências de fornecer sacramento, isto está condenado. Tem de ter o sentido missionário. É o que se está tentando fazer agora. Mas é lento. Quando eu fui da Comissão Teológica do Vaticano, não tinha nenhuma mulher, agora já tem quatro”.

Para esse teólogo, muita coisa que achamos normal hoje, daqui a 50 anos será considerada intolerável. Os laicos vão obrigar a Igreja a criar um espaço de debate público, que não existe. “Os sociólogos dizem que tudo pode mudar, menos o religioso, porque o ser humano tem necessidade de segurar alguma coisa. A gente percebe que isto não tem sentido. O sagrado também é construído através de uma linguagem e de práticas. A Igreja não vem conseguindo acompanhar as mudanças sociais, que são rapidíssimas. Na PUC, a mudança de uma geração para outra se dava em 20 anos, depois passou para 10, agora, com dois ou três anos, você já vê aluno do quarto ano que não consegue entender o calouro. É uma sucessão vertiginosa que não conseguimos mais acompanhar, que provoca um curto-circuito na cultura.”
No vídeo https://www.youtube.com/watch?v=I7arqW5luKc, ‘Observar e absorver’, Eduardo Marinho, o filósofo da rua, comenta que, certa vez, conversando com um padre, disse-lhe o religioso que tinha uma angústia muito grande, porque tinha dúvidas. “Na religião dele, a pessoa não pode ter dúvidas, tem de ter fé”, observa o filósofo, que não se considera religioso, mas espiritualista.   
Papa Francisco
Algumas decisões do papa Francisco dão uma guinada na conduta da Igreja Católica, o que transforma correntes ultraconservadoras da Instituição em combatentes do argentino, por serem contrárias às suas reformas.
No texto “Papa Francisco enfrenta ‘guerra civil’ na igreja católica”, http://www.vermelho.org.br/noticia/291284-9, lê-se: “Se, num primeiro momento, o novo Papa enfrentou uma oposição silenciosa, hoje ela está escancarada. Francisco quer reformas, e as reformas tendem a mexer nas estruturas. É óbvio que quem é favorecido pela estrutura não quer mudança”, analisa Cesar Kuzma, um dos mais expressivos teólogos católicos brasileiros da nova geração.
De acordo com o referido texto, para guerrear contra Francisco, os conservadores escolheram as questões de fundo moral, aproveitando-se da onda reacionária que varre o Planeta. “Para termos uma ideia do que Francisco enfrenta é preciso retroceder na história. Ao ser apresentado ao mundo, o novo Papa surgiu no balcão do Vaticano vestido de branco, sem ouro algum. Num gesto inédito, curvou-se diante da multidão que ocupava a Praça São Pedro e pediu que as pessoas rezassem por ele. Com isso, rompeu uma tradição secular que se construiu em torno da figura do Papa desde a Idade Média, abalada com João XXIII no Concílio Vaticano II, há 50 anos, e que foi reconstruída por seus dois antecessores. Um Papa humilde, sem ornamentos e vestes pomposas”. E mais: “Consta ainda que o confronto atual chega ao ponto de cardeais e teólogos conservadores armarem oposição cerrada a todas as ideias de atualização dos conceitos da Igreja em relação à família, propostas por Francisco, chamando-as de ‘heréticas’. A pressão dos conservadores não tem paralisado Francisco. O foco dos conservadores nas questões de fundo ‘moral’ permanece, apesar da enorme fragilidade do discurso da Cúria e de dezenas de bispos e cardeais que nos últimos anos acobertaram os milhares de casos de abuso sexual cometidos por religiosos contra crianças e jovens ao redor do Planeta.
Um dos líderes do bloco conservador, o cardeal George Pell, prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, é alvo de um processo no qual é pesadamente acusado de encobrir casos de pedofilia na Austrália durante os anos 1970 e 1980 e, mais recentemente, de ele próprio estar envolvido em casos de abusos.
Há outros dois temas em disputa neste momento: a liturgia, especialmente o rito da missa, e a relação da Igreja com o Planeta, a sociedade, os seres humanos e, muito particularmente, com os pobres. A questão da relação da Igreja com o mundo, a humanidade e especialmente os pobres é o terceiro polo da disputa. Os pobres são o centro da Igreja, tem anunciado Francisco desde os primeiros dias de seu Papado.
O equilíbrio de forças no interior da Igreja, fortemente impactado pela onda conservadora dos últimos 35 anos, parece manter Francisco em relativo isolamento na cúpula católica. De lá para cá, alguma água passou por debaixo da ponte e, segundo seus aliados e alguns vaticanistas, Francisco está, aos poucos, modificando o perfil da Igreja.”
Uma reflexão...

Perdoem a minha honestidade. Mas, observando o inadequado discurso eclesiástico e os cristãos ouvindo sempre a mesma coisa, imagino sentirem-se conformados, indo à igreja para estar de bem com Deus. Como não se sentem capazes de mudar a sua vida, assistem à missa para pedir perdão a Deus e estar de bem com Ele, apesar das eventuais falhas cometidas. A missa chega a ser um sacrifício e/ou obrigação para muitos (que, certamente, não têm a coragem de assumir), não um evento em que se vai buscar paz, capaz de acelerar mudanças objetivas em suas vidas. O que acontece quando a gente assiste a uma palestra produtiva? Com os bons ensinamentos, a gente sai dali se sentindo outra pessoa, levando algo de novo para agregar à vida. Teria algum padre autorização para abordar em seu sermão o caminho da meditação para encontrar o Cristo interno e, consequentemente, a orientação profunda, a automisericórdia e a paz interior? Sem intermediações. Sem fazê-lo, ou mesmo sem rever conceitos retirados do contexto da fé católica (serve também para as religiões que dela derivaram), como carma e reencarnação, a Igreja vai perdendo significância na sociedade. 

Em seu livro ‘Vivendo perigosamente’, Osho, filósofo indiano, cita que, no fundo, todas as instituições religiosas são contra a religião, pois a verdadeira religiosidade é liberdade. “Agora, por que elas agem dessa forma? Por exemplo, toda a mensagem de Jesus é libertadora, a sua intenção é lhe dar asas, libertá-lo. Como é que pode aparecer uma Igreja que prega uma mensagem tão oposta?”

Isso acontece, prossegue o filósofo, porque Jesus vive uma esfera completamente diferente, a esfera da ‘consciência’ – e aqueles que o escutam, que o seguem, vivem no plano da ‘inconsciência’, do adormecimento. Eles interpretam tudo o que ouvem através do seu próprio filtro de inconsciência – com isso, qualquer coisa que façam será um pecado. Cristo traz a verdadeira religiosidade, mas todas essas pessoas, que estão profundamente adormecidas, vêm e transformam isso numa Igreja.

Para Osho, tudo aquilo que o torna mais atento, mais consciente, mais pacífico, mais silencioso, mais alegre, mais festivo... é bom. Tudo aquilo que o torna inconsciente, triste, ciumento, bravo, destrutivo... é ruim. Tudo aquilo que o ajuda a realizar plenamente o seu potencial é uma coisa boa. Não só é uma bênção para você como é uma bênção para toda a existência. Nenhuma pessoa é uma ilha. Todos nós somos um vasto e infinito continente que se une pelas raízes. Nossos galhos podem até estar separados, mas a nossa raiz é uma só. A realização do seu potencial (Crístico) é a única moral que existe. E o único pecado, o único mal é este: desperdiçar o seu potencial, caindo na escuridão e na inconsciência.

Mas por que o ser humano ficou assim?, indaga o indiano. “Qual é a causa primordial desse estado de dormência? É simples: tudo isso é um mecanismo de fuga, de evitação – o adormecimento é uma forma de evitação; pois há muitos problemas na vida, ela é cheia de desafios. Assim, quando digo para celebrar, não quero dizer que não existam problemas. Eles existem, sim. Mas os problemas existem para ser enfrentados, para que sejam transcendidos. E a celebração é justamente isto: um meio de enfrentá-los e transcendê-los. Vivendo dessa maneira, você nunca estará num espírito de celebração, você nunca será capaz de celebrar. Pois a celebração só acontece através da transcendência, quando você consegue transcender os seus problemas”. 

O que o leitor teria a comentar sobre essa realidade? Sem julgamentos improdutivos, de preferência falando sobre a sua experiência com a Igreja Católica, o que poderá fortalecer o debate.



             ·         Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli

2 comentários:

  1. “Os sacerdotes! Eles conhecem os segredos da influência! Eles manipulam com música inspiradora, eles nos apequenam com pináculos altaneiros e naves monumentais, eles encorajam o desejo de submissão, eles oferecem a orientação sobrenatural, a proteção contra a morte, até a imortalidade. Mas veja o preço que cobram: escravidão religiosa ..., ódio ao corpo, à alegria, a este mundo.” * Quando Nietzsche chorou, Irvin D. Yalom

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  2. “AINDA CRIANÇA, eu encontrava na missa frequentemente apenas sermões banais e muito ritualismo, muito distantes das aspirações do meu coração. Hoje, em Seul, graças ao meu pai espiritual, vivo a missa como o lugar do despojamento total, como a possibilidade de voltar renovado à vida. Descubro no fundo do coração que posso ser perdoado, ficar livre do domínio do ego, e reencontro a força de ir em direção ao outro sem me fechar sempre em mim.”

    * Fonte: ‘O Caminho da Sabedoria’, Christophe André (psiquiatra, pioneiro na introdução da meditação na psicoterapia), Alexandre Jollien (filósofo) e Matthieu Ricard (monge budista)

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