quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O TEMPLO ESTÁ EM TODA PARTE

“A vida nos oferece informação, os mestres espirituais oferecem conhecimento com o fim de transcender as limitações comuns”


Tom Simões, jornalista, Santos (SP), Brasil, tomsimoes@hotmail.com


FINALIZO a leitura da obra “Além de Osho – As chaves de seus best-sellers”, escrita por Jorge Blaschke, jornalista espanhol premiado. Blaschke foi correspondente do jornal “El País’, diretor de programas de rádio e roteirista e produtor de documentários de televisão. Estudou astronomia e paleontologia e codirigiu campanhas de escavação e exploração na Argélia. Participou de pesquisas sobre estados de consciência modificados, no Instituto de Psicologia Transpessoal de Barcelona, e direcionou parte de seu interesse ao estudo comparado de religiões tradicionais milenares. Já escreveu cerca de 50 obras.

Trata-se de uma interpretação do pensamento de Osho e também, em menor escala, daquele de alguns mestres espirituais do Oriente que compartilharam de seus ensinamentos. Os mestres espirituais dizem que a verdadeira alegria está em explorar nossa natureza, compartilhar nosso mundo interior e nossos conhecimentos com os demais. E é essa também a função do blog www.tomsimoes.com: a autorreflexão para nos tornarmos pessoas melhores. Porque, com base na inspiração dos mestres da Sabedoria, despertar para o essencial da natureza humana é o caminho para experimentar a felicidade verdadeira. Quem trilha esse caminho sabe disso.


Os admiradores de Osho, 1931 – 1990, sabem que ele nunca escreveu um livro. O renomado mestre indiano proferiu centenas de palestras, respondendo a perguntas formuladas por discípulos e buscadores. Suas palestras foram então transformadas em livros por vários autores.  De acordo com o site: http://super.abril.com.br/religiao/osho-guru-novos-tempos-447682.shtml, Osho, formado em filosofia, passou a dar aulas e a reunir nas universidades seus primeiros discípulos. A quantidade de pessoas que o buscavam era tão grande que em 1962 ele abriu um centro de meditação e começou a fazer inúmeras viagens para palestras ao redor da Índia. Em 1964, suas palavras foram publicadas pela primeira vez em livro, sob o título “O Caminho Perfeito”. Foi a primeira das muitas obras que fizeram o sucesso do movimento. Dois anos depois, Osho abandonaria sua atividade acadêmica para se dedicar exclusivamente à vocação de guru, passando a organizar acampamentos de meditação na zona rural do país.

De “Além de Osho”, selecionei algo que considero importante em termos de simplificação e entendimento da filosofia espiritualista. Algo bastante didático. Segundo a obra, a mensagem dos mestres espirituais não é magia, não é um mistério que temos de decifrar, não há lugar para o sobrenatural, não é um esoterismo profundo; é, simplesmente, psicologia espiritual ou transpessoal. “É algo que todos podemos desenvolver. Lemos e relemos textos espirituais como se estivéssemos repetindo a oração de um rosário em voz alta. Fazemos provisão de dados sem tratar de aperfeiçoar a nós mesmos. A experiência interna não pode ser transmitida por meio da repetição, nós é que devemos realizar o esforço e buscar em nosso interior. No entanto, preferimos elogiar as palavras dos mestres espirituais sem aplicá-las a nosso ser profundo, que continua sendo um território escuro e inexplorado. A vida nos oferece informação, os mestres espirituais oferecem conhecimento com o fim de transcender as limitações comuns. Seu propósito é ajudar a buscar a verdade dentro do ser e receber iluminação sobre a realidade. Sua função é guiar o buscador por um caminho de disciplina até chegar ao ponto de ser capaz de se sentar em contemplação absoluta sem contemplar nada. Trata-se de chegar ao ápice de nosso ser superando as barreiras de nossa mente e adquirir a consciência de ser.”

Lamentavelmente, escreve Jorge Blaschke, corremos de um lado para outro buscando, vamos de um mestre a outro, de uma escola a outra, esperando que, sem nenhum esforço, encontremos a iluminação. Não encontramos, na mensagem dos mestres espirituais, a verdade fora, mas sim dentro, em nós mesmos. Mas isso requer esforço. Em ‘Lonesome Valley’, lê-se: ‘Você tem de caminhar por este vale solitário. Você tem de caminhar sozinho. Ninguém pode fazê-lo por você. Você mesmo tem de caminhar’. E Louis Pauwels (jornalista e escritor francês) destaca: ‘Trata-se de viver a experiência pura na vida corrente, em nosso mundo, onde estivermos, no asfalto, no metrô, no trabalho, em casa. O templo está em toda parte. Há escolas, mas não são mais do que estações de trânsito. Há mestres, mas não são mais do que indicadores. De nossa habilidade depende traçar o itinerário’.

Krishnamurti diz que Deus existe se vivermos uma atitude positiva, e não existe se vivermos uma atitude egoísta. Esse mestre hindu considera que Deus é uma forma de ver a vida e de passar pelo mundo. Também considera que não fomos capazes de descobrir se existia algo transcendental mais real que a existência cotidiana; por não conseguir descobrir nada, começamos a adorar símbolos.

Com base na enciclopédia Wikipédia, Jiddu Krishnamurti, 1895 - 1986, foi um filósofo, escritor e educador indiano. Proferiu discursos que envolveram temas como revolução psicológica, meditação, conhecimento, liberdade, relações humanas, natureza da mente, origem do pensamento e realização de mudanças positivas na sociedade global. Constantemente ressaltou a necessidade de uma revolução na psique de cada ser humano e enfatizou que tal revolução não poderia ser levada a cabo por nenhuma entidade externa, seja religiosa, política ou social. Uma revolução que só poderia ocorrer através do autoconhecimento; bem como da prática correta da meditação para libertar o homem de toda e qualquer forma de autoridade psicológica.

“O saber (das coisas materiais ou espirituais) estagnado em si já não pode estimular o crescimento do ser. Precisa ser passado a outrem para ser acrescido, ressignificado. Apenas no processo de transferência há progresso para quem detém o conhecimento e o transmite e para quem o recebe. Uma vez recebido, ou o ciclo de transferência recomeça ou há nova estagnação”, inspira-me o amigo Roberto da Graça Lopes.

Portanto, leitor, não apenas recomendo a leitura integral da obra como oferecê-la a um amigo interessado no assunto. Por um mundo melhor!



Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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