Com base na sabedoria de Masaharu Taniguchi,  líder espiritual da filosofia Seicho-No-Ie
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| Masaharu Taniguchi Imagem: http://lacosespirituais.wordpress.com  | 
ULTIMAMENTE, talvez influenciado pelo hábito cotidiano da
leitura, venho mudando alguns comportamentos. Será que é pela leitura ou porque
estou ficando velho?... Bobagem, pois indivíduos de todas as idades podem se
conscientizar e mudar hábitos prejudiciais. Como revela a neurocientista Suzana
Herculano-Houzel, em seu artigo “Guia para 
incautos”, publicado na Folha de S. Paulo de 20/8/2009, “[...] a melhor
maneira de promover nossa atenção, memória e aprendizado é ... usando a atenção
e a memória e aprendendo coisas novas”.
É esta a ideia deste meu instrumento: contribuir para tornar
a mente e a atitude das pessoas menos convencional. Pois, como gosto de
escrever, uma leitura útil pode cumprir a função de despertar o leitor e
libertá-lo das velhas formas repetitivas e condicionadas de pensar.
É por isto que, em meus textos, os principais protagonistas
são outros autores. Ao trazer para os meus textos o que eles  pensam, estou protegendo  o meu leitor e a mim mesmo do resvalar para o
lugar comum e a previsibilidade, pois, para quem busca ser sincero, é difícil
não escrever o que  pensa, e não mudamos
o nosso pensar com  muita frequência,
assim como  é difícil escrever o que se
sabe cada vez de uma forma diferente.
Existem pessoas que, mesmo já sendo adeptas de  uma religião e desempenhando assiduamente
suas atividades, sentem-se muito bem e felizes ao entrar em  contato com os  ensinamentos de outros caminhos espirituais,
como o Budismo, a Seicho-No-Ie, por exemplo. É propósito desse tipo de
filosofia fazer com que, através de atos, palavras e pensamentos, possamos
tornar este mundo melhor.
“VEGETAIS TAMBÉM TÊM VIDA E É CRUEL COMÊ-LOS”
Em seu artigo “A paz e a alimentação à base de carne”,
publicado na revista Seicho-No-Ie Fonte de Luz, de maio de 2012, o autor,
Masaharu Taniguchi, revela: “Há quem assim pense que, como os vegetais  também têm vida, comê-los seria uma matança.
Entretanto, os vegetais não possuem almas individuais. Eles têm  a ‘alma da espécie’, mas não há, por exemplo,
uma alma num grão de arroz. Na espécie de planta chamada arroz, há a ‘alma
dessa espécie de planta’, sendo importante que o todo prospere. Não há  alma em cada grão de arroz”.
Então, para conservar a sua espécie, a vida dos vegetais já
tem, desde o início, o projeto de uma parte deles ser sacrificada (apesar de
ser estranho usar tal termo), explica Taniguchi. “Se num terreno de cerca de
1.000 metros quadrados for possível produzir 40 galões de arroz, quando todo
esse arroz cair na terra e germinar, os grãos passarão a disputar adubo e luz  solar e, por fim,  nenhum pé de arroz vingará. Então, só parte
do arroz deverá ser semeada em tempo e em intervalos apropriados”.
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Imagem: www.45graus.com.br 
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Mas, explica o líder espiritual, como os vegetais não
conseguem semear de acordo com a sua própria semente, precisam da intervenção
do  ser humano ou de animais. “Não se
limitando ao pé de arroz, todos os vegetais não conseguem se transferir de um
lugar para outro e, portanto,  precisam
‘pedir’ aos animais ou aos seres humanos que os levem  a diferentes 
locais, pois, enquanto não fizerem essa mudança de forma adequada, não
conseguirão se reproduzir. Então eles oferecem aos animais e aos seres
humanos  algo para se alimentarem ou
apreciarem, como que solicitando o seguinte: ‘Para que nossa espécie prolifere
e se conserve, oferecemos uma parte dos frutos ou das sementes como pagamento
pelo seu transporte; portanto, leve isso para longe e coma. Em compensação,
pedimos para que sempre semeie uma parte delas”.
Observando esse fato, nota-se que o desejo das frutas e
cereais é servir de alimento.
CONCLUINDO...
Taniguchi observa que, enquanto não ficar bem claro o  momento 
em que se pode considerar um ato cruel, não se chega a uma conclusão
correta. “Unhas, barbas e bigodes humanos estão vivos, mas, quando os
cortam,  mesmo  entre pessoas 
vivas, ninguém sente dor, e isso não é considerado cruel. Portanto, não
é também um ato cruel colher verduras ou podar galhos de árvores”.
As árvores, quando são podadas adequadamente, têm melhorada
a ventilação dos galhos, vindo a crescer de forma melhor.  As verduras também não possuem alma em cada
pé, havendo apenas a ‘vida da espécie’.
NO CASO DE SE ALIMENTAR DE PEIXES
Entretanto, como explica Taniguchi, quando se trata de
peixes, a situação muda muito. Na hora de pescar, os peixes fogem com
certeza.  Se  eles entrassem voluntariamente  em nossa boca, dizendo “Comam-nos,  por favor”, isso não seria um pecado, pois
estariam satisfazendo o livre-arbítrio deles próprios. Contudo, os peixes fogem
porque não querem ser mortos; e persegui-los, pescá-los, matá-los e comê-los
seria agir sem amor. Por isso, concluiriam que pessoas amorosas não deveriam
comer nem mesmo peixes, especialmente por achá-los saborosos, diz o mestre.
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| Imagem: www.natureba.com.br | 
“Porém, neste  caso,
entra a questão do controle da Natureza. Um peixe desova centenas de milhares
de ovos.  Desova essa grande quantidade
porque, nesse número, estão incluídos os que serão mortos. Consequentemente,
os  nervos que sentem  dor não estão 
desenvolvidos nos alevinos, para que não sintam nada ao serem mortos.  E também se 
pode admitir a teoria de que, tratando-se de seres isentos de
sensibilidade, não seria algo tão cruel cortá-los e matá-los,  mesmo estando vivos. Isso se compreende ao
verificar, por exemplo, os nossos cabelos e as nossas unhas”, observa
Taniguchi.
O mestre explica que, tratando-se de peixes, deve-se
respeitar a  vontade da espécie,
permitindo que eles proliferem e,  quando
centenas de milhares de alevinos crescerem 
até certo ponto  (antes  de terem os nervos desenvolvidos a  ponto de sentirem  dor), pegá-los para comer,  evitando ao máximo pescar os peixes já
crescidos,  que sentem dor e medo da  morte.
Por essas razões, consta num dos volumes da coleção “A
verdade da vida” algo  que tem o seguinte
sentido: “No caso de ser imprescindível ingerir 
peixes para suprir a falta de nutrientes, podemos nos alimentar de
peixes miúdos, pois,  assim, será menor o
grau de crueldade e, em relação aos 
nutrientes, tais peixes,  que
podem ser ingeridos inteiros  juntamente
com os ossos, estariam  suprindo de
nutrientes os órgãos internos e também os ossos, de  forma balanceada”.
Para Taniguchi, isso não significa que seja ‘pemitido
matar’. “É apenas uma explicação para pessoas que estão convencidas de que não
terão  nutrientes suficientes se não se
alimentarem de peixes: podem ingeri-los, pois não seria algo tão maldoso, por
ser um ato relativamente menos cruel. Contrário a isso, os vegetais, além de
não sentirem dor, quando passam a desejar ser comidos, mudam de cor para chamar
a atenção dos animais e dos seres humanos. Portanto, alimentar-se deles não é,
em absoluto, um ato cruel. Esses vegetais e animais de níves  inferiores não  possuem 
almas individuais, havendo apenas a ‘vida da espécie’, e é ela que gera
determinado grupo de vidas individuais como sendo um ser vivo da  espécie”.
Aliás, conclui o líder, nem é preciso dizer que o ser  humano deve sentir gratidão em relação a
esses sacrifícios, a fim  de vivificar a
espécie ao  máximo.
Tom Simões, tomsimoes@hotmail.com, jornalista, Santos (SP),
26 de maio de 2012
Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli,
navarro98@gmail.com



explicação magnifica
ResponderExcluirMuito espiritualizada a explicação. Como sugestão ao jornalista. Deveria escrever pelo menos uma vez por mês uma matéria assim. Como refrigerio mental e espiritual. Parabéns.
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