sexta-feira, 29 de julho de 2011

CONVERSA FRÍVOLA

Com certa regularidade, tenho evitado participar de conversas triviais, exercitando até a prática do silêncio. Isto por acreditar na ideia de que a Natureza beneficia o que é sensato, lógico e generoso no Homem. Portanto, não há espaço para ser crítico, inconsequente, indiferente e desumano. E quem já despertou para a capacidade do entendimento mais amplo compreende essa verdade de tolerar, sobretudo pessoas com comportamento difícil. Pois é fácil lidar com quem compartilha de nossas ideias, mas o crescimento pessoal só é possível quando acrescentamos algo de positivo em nossas atitudes cotidianas. Quando não conseguimos atenuar o comportamento de pessoas difíceis, melhor silenciar e elevar o pensamento por elas. “Às vezes, o silêncio fala mais alto”, quem já ouviu esta expressão?

“É interessante considerar por que prevalece tanto o mexerico. Por que o apreciamos tanto? De alguma maneira, será que ele reafirma e fortalece nosso senso do eu?”, escreve Joseph Goldstein em “Dharma, o caminho da libertação”. Ele diz que é possível fazer escolhas sobre o que dizemos; as palavras não precisam simplesmente sair da nossa boca aos borbotões.

Segundo Goldstein, com quanta frequência dizemos coisas que não têm realmente a menor utilidade? ”Algumas vezes, em vários contatos sociais, faço um esforço para ter atenção plena na minha intenção de falar, tentando ter consciência antes que as palavras saiam. Nessas situações, noto que há muitas vezes um impulso para acrescentar à conversa alguma coisa completamente inútil. Esse tipo de conversa é enervante; que alívio é simplesmente deixar seguir esses pensamentos. Se é forte o modelo de conversa frívola, aos poucos nossas palavras se tornam sem valor e deixam de merecer nosso próprio respeito e o dos outros”.

Algumas vezes, prossegue o autor, partimos para troças inúteis por causa de uma sensação de desmerecimento ou necessidade de aprovação e atenção. “Diferentes tradições de Sabedoria nos lembram de que temos o poder de nos conter e não cometer ações causadoras de sofrimento. Podemos ser felizes, só depende de nós”.
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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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