quarta-feira, 29 de junho de 2011

BUDISTAS DE TODO O BRASIL REÚNEM-SE EM CABREÚVA

Imagem: www.kadampa.org
“É hora de procurarmos felicidade numa fonte diferente. Felicidade é um estado mental. Sendo assim, a verdadeira fonte de felicidade só pode estar dentro da mente. Mude sua mente, mude seu mundo!”, nos aconselha Geshe Kelsang Gyatso. Ele diz que, nestes tempos impuros, confiando sinceramente nos seres iluminados, os seres vivos podem ser curados de graves doenças físicas e mentais e encontrar alívio para a dor interior dos três venenos: apego, raiva e ignorância.

Budistas de todo o país estiveram presentes no “Festival Brasileiro da Nova Tradição Kadampa”, realizado de 23 a 26 de junho no Templo do Centro de Meditação Kadampa de Cabreúva (SP). Eu também estive lá e posso afirmar que se trata de uma experiência incomum, pela sensação de paz transmitida naquele templo (um oásis espiritual erigido no alto de uma montanha, na reserva natural da Serra do Japi), pelos interessantes ensinamentos sagrados e pelo contato direto e produtivo com os adeptos do budismo, tão sensatos e acolhedores. É surpreendente a quantidade de jovens que aderem à prática dessa milenar filosofia oriental.

“Basta olhar para um templo com uma mente feliz para que marcas muito positivas fiquem gravadas em nossa mente e, no futuro, gerem paz interior”, diz o venerável Kelsang Gyatso. Nascido no Tibete, esse monge é um mestre de meditação e um professor de budismo internacionalmente reconhecido. Vive em Londres desde 1977 e escreveu 21 livros que transmitem a antiga sabedoria do budismo ao mundo moderno. É também o fundador de mais de 1.200 Centros de Meditação Kadampa e de grupos em todo o mundo.

Para os budistas, é preciso mudar a mente para receber as emanações dos seres sagrados. É preciso reconhecer que estamos doentes, mesmo quando a doença não está plenamente manifesta. Fisicamente, podemos não estar doentes, mas a mente sim. Embora não sintamos fisicamente a mente, ela tem um papel essencial na nossa vida.

Precisamos nos livrar das perturbações mentais, das delusões, revela Gen-la Kelsang Kunsang, diretora espiritual da NKT-IKBU (New Kadampa Tradition – International Kadampa Buddhist Union) para o México. “Porque elas não acabam, são doenças que precisamos curar. Desagrado, medo e rancor causam dor física e mental. E a cura da doença da mente só se consegue com a prática das seis perfeições descritas por Buda e seus discípulos, que levam a um estado de bem-estar e felicidade plenos: generosidade, disciplina ética, paciência, esforço entusiástico, concentração e sabedoria. A mente impura não nos permite experimentar sensações espirituais. A nossa motivação é o que nos movimenta”, revela a monja Kulsang, que presidiu uma das cerimônias do Festival de Cabreúva.

Monge Kelsang Odro, 
Centro de Meditação Kadampa Brasil, Cabreúva (SP)
Segundo um discípulo budista, como seria se cada um de nós, ao nascer, recebesse um roteiro para encontrar a tão sonhada felicidade? “Nesse tal código de conduta não estaria o nome de seu par perfeito nem a profissão que você deveria seguir para ter sucesso, mas algumas atitudes capazes de afastá-lo da tristeza e da dor, levando-o a um estágio de bem-estar pleno”.

Por que trabalhar tanto, incessantemente? Estamos vendendo a nossa vida em troca do quê? As nossas qualidades internas estão se desenvolvendo: amor, compaixão, paciência e generosidade? Porque não dispomos de  energia, de um pouco de tempo para desenvolvê-las?

Ao pensar em um mendigo, por exemplo, devemos imaginá-lo como uma oportunidade para desenvolvermos a compaixão e a generosidade. Essa pessoa é preciosa para acostumar a nossa mente com virtudes. Pode acontecer que gostemos muito. Por quê? Porque vai haver paz no coração. E para que isso aconteça, precisamos de muitos méritos. E quando há paz no coração, tudo fica bem.

Se a gente não procura o médico, não há remédio para as nossas doenças. A doença física acaba com a morte, mas as doenças da mente, as delusões, não acabam nunca, levamos para as vidas futuras. É preciso se preocupar mais com a mente do que com o corpo. É ela que causa sofrimento.

Em sua essência, o que prega o budismo?: “Quero me tornar melhor para o benefício dos outros”. Todos são bem-vindos para encontrar um refúgio dos desafios da atarefada vida moderna e receber conselhos práticos dos ensinamentos de Buda.

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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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