sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

FELICIDADE PROFISSIONAL

“As pessoas costumam passar mais horas no trabalho do que em outras atividades. Como é importante que se sintam realizadas para produzir bem, as empresas já atentam para o nível de felicidade dos funcionários”, relata Bruna Borges no artigo “Empresas atentam para felicidade profissional” (Folha de S. Paulo, 5/9/2010). 

Além de ambientes menos repressores, há empresas implantando atrativos do tipo: boas condições de trabalho, horários flexíveis, trabalhar em casa, incentivos materiais e até viagens internacionais. É fato comprovado que um bom desempenho tem mais relação com comprometimento do funcionário com a empresa. 

A Folha ouviu também a opinião de Roberto Heloani, psicólogo e professor da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, que revelou que as pessoas trabalham mais contentes se encontram sentido no que fazem. “Mas mesmo pessoas infelizes podem apresentar bom desempenho. A felicidade é medida por um conjunto de fatores, e não é só o trabalho que interfere nela”.


“No trabalho, pessoas têm necessidade de superação de metas. Isso as impulsiona e as realiza, segundo Tania Casado, pesquisadora da FIA (Fundação Instituto de Administração). 

BUSCA DE SENTIDO 

Vale citar algumas partes da crônica “Sobre jovens e valores”, de autoria de Fábio Colletti Barbosa, administrador de empresas, publicada na Folha de S. Paulo, caderno Mercado, de 10/10/2010. Fábio mostra que os jovens não podem jamais se considerar “formados”. 

Como diz o cronista, “formado” sugere que a pessoa foi moldada numa forma, quando na verdade o que se busca é o desenvolvimento do potencial de cada um. “Por outro lado, cada vez mais o processo de desenvolvimento é contínuo e não se conclui ao final de um curso”. 

Fábio vê muitos profissionais que estabelecem um objetivo de carreira e com nada se contentam, a menos que “cheguem lá”. Só que, conforme explica, a felicidade pode não estar “lá”. 

Ele cita Gandhi, que resumiu bem isso, dizendo: “Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho”. Para Fábio, deve-se aproveitar cada momento, na beleza que ele representa, e não se deixar consumir pela angústia de saber se algo maior chegará. E prossegue: “A busca de um sentido para o que se faz é a indicação maior de que muito se evoluiu nessas novas gerações. Os profissionais cada vez mais buscam um significado, principalmente os jovens. Querem saber como seu trabalho impacta o ambiente, a sociedade, o futuro etc.” 

Segundo o caderno Mercado (Folha de S. Paulo, 23/11/2010), a concentração de empresas que investem em voluntariado empresarial na região Sudeste aumentou nos últimos três anos: de 61%, em 2007, para 84%, em 2010. Cresceu também a participação de grandes empresas que contribuem ao motivar funcionários para o voluntariado. 

O escritor Érico Veríssimo dizia que “felicidade é saber que não se viveu uma vida em vão”. 

FELICIDADE SILENCIOSA 

Em sua obra “Fábrica de gente”, Cesar Romão tem razão ao dizer que poucos de nós vão além daquilo que lhes é solicitado. E observa: “Utilize-se dessa força maior que todos nós temos para ir além! Não há nada que torne pessoas e organizações mais vivas do que assumir responsabilidades. As oportunidades têm de ser oferecidas a todos aqueles que estão se preparando e demonstram eficiência na melhora de seus resultados; caso contrário, nenhum dos lados vai ser beneficiado”. 

Para Romão, toda pessoa pode ser mais do que aquilo que aparenta ser, basta que encontre motivos que a estimulem a se superar. 

A verdadeira felicidade é silenciosa como a luz, ao passo que a infelicidade costuma ser barulhenta; e por isso sabemos de tantos infelizes e tão pouco de homens felizes”, narra Huberto Rohden em seu livro “Por que sofremos?” De quando em quando, porém, a silenciosa felicidade dos felizes se irradia pelo ambiente de tal modo que até os infelizes percebem algo dessa luminosidade, observa Rohden. 

E vai algo aqui de Friedrich Nietzsche (“Humano, demasiado humano”, escrito em 1886): “A melhor maneira de começar o dia é, ao acordar, imaginar se nesse dia não podemos dar alegria a pelo menos uma pessoa. Se isso pudesse valer como substituto do hábito religioso da oração, nossos semelhantes lucrariam com tal mudança”. 
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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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