sábado, 23 de julho de 2011

“INTELIGÊNCIA SEM EMOÇÃO NÃO FUNCIONA”

EMPRESAS QUE CONSTROEM AMBIENTES HARMONIOSOS SÃO MAIS PRODUTIVAS
 
Imagem: www.fotosgratis.fot.br
Paulo Lima, em seu comentário “Avenida Paulista 2014” (revista “Isto é”, 6/7/2011), diz que observadores mais capacitados têm dito que este é o maior período de transição que o mundo já viveu. Entende-se por transição um período em que nada mais é como costumava ser, mas ainda não ficou como será.

“Aliás, talvez nunca mais fique. Pelo menos de alguma forma que remotamente lembre períodos estáveis do passado, em que o estabelecido se mantinha imóvel por algum tempo. Isto posto, vale analisar o que há de bom neste momento maluco em que estamos metidos. Por exemplo, poucas vezes estivemos diante de tantas e tão complexas revisões dos tais paradigmas. Inclusive aqueles vencidos pelo tempo”, admite o colunista.

Creio que a colocação de Paulo Lima (em relação a outro assunto: bicicletas na avenida Paulista?...) adequa-se ao meu presente artigo, sobretudo quando ele observa: “Um tempo em que pensar em você significará pensar no outro na mesma medida”.

Em “Empresas atentam para felicidade profissional” (Folha de S. Paulo, 5/9/2010), Bruna Borges escreve: “As pessoas costumam passar mais horas no trabalho do que em outras atividades. Como é importante que se sintam realizadas para produzir bem, as empresas já atentam para o nível de felicidade dos funcionários”.

“A maioria dos estudos realizados para descobrir o perfil do profissional de sucesso revela que ele deve ser capaz de se relacionar bem com os companheiros de trabalho. Isso implica habilidade para ouvir, falar de maneira clara, evitar rompantes de irritação ou outras situações desagradáveis e compreender as emoções do outro. Ou seja, ter o que os especialistas chamam de inteligência emocional no trabalho”, diz o psicoterapeuta George Vittorio Szenészi, 64, no artigo “Inteligência sem emoção não funciona”, produzido por Cilene Pereira para a revista “Isto é” (6/7/2011).

Trabalho em Equipe
Imagem: http://palestra-motivacional.biz
Segundo o psicoterapeuta, não basta mais ser apenas um profissional com amplo conhecimento sobre sua área. É preciso saber lidar com suas emoções – e com a dos outros – para que o desempenho seja melhor.

Trata-se de um conceito cada vez mais debatido no mundo do trabalho, disse Szenészi à jornalista. “Está comprovado que quanto mais os funcionários trabalham em harmonia, maior a produtividade. Estudos apontam que os sentimentos, os valores e as preferências individuais e os relacionamentos têm impacto fundamental na vida pessoal e profissional. Indicam ainda que a performance não depende apenas do quociente de inteligência (QI): pessoas com QI  alto podem ter  menos sucesso no trabalho do que aqueles com  QI inferior à média”.

O psicoterapeuta conta que pessoas com inteligência emocional pouco desenvolvida têm dificuldade para estabelecer uma relação harmônica com os outros. “Podem ser incapazes de ouvir. E esse é um grande desafio – elas têm imensa dificuldade para abrir mão temporariamente de suas convicções apenas para entender os outros”.

Szenészi revela também que muitos chefes não sabem ouvir, não têm clareza na comunicação, distorcem informações, funcionam mais por julgamentos do  que por observações, valem-se da autoridade mais do que da persuasão informada, buscam a obediência mais do que o compromisso da equipe. Porém, quando as equipes trabalham com equilíbrio emocional, a produtividade é maior.


ATENÇÂO E FLEXIBILIDADE

Se uma companhia constrói um ambiente que auxilia seus colaboradores a lidar com seu lado emocional - o que significa ajudá-los a saber o que fazer com as emoções ruins, a ouvir, a falar, a compreender o  outro,  a desenvolver a paciência - , certamente irá crescer muito mais, escreve Cilene Pereira.

O psicoterapeuta explicou à jornalista que, se o ser humano ficar mais livre para expressar sua alegria e bom humor, seu afeto e prazer com coisas da vida organizacional, a sua criatividade, inventividade, flexibilidade e a saúde física e mental terão ganhos extraordinários.

E então Irvin D. Yalom, em sua obra “Quando Nietzsche chorou”, que li em abril de 2009, escreve: “Ninguém deseja, acredita Nietzsche, ajudar os outros; pelo contrário, as pessoas desejam apenas dominar e aumentar seu próprio poder”.

“Dificilmente auxiliaremos alguém se atacarmos seus valores e crenças ou ignorarmos seu temperamento e circunstâncias pessoais. Temos de adaptar nosso comportamento, ajustando-o ao da outra pessoa e fazendo-a sentir-se à vontade”, observa o monge Geshe Kelsang Gyatso em sua obra “Introdução ao budismo”, que li recentemente.

Para Gyatso, em vez de impor nossos valores morais aos outros ou julgá-los caso não concordem conosco, devemos optar pela atuação que trouxer resultados mais positivos. “Nossa mente e comportamento devem ser flexíveis”. 
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Revisão do texto: Márcia Navarro Cipólli, navarro98@gmail.com

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