sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Experiência de superação pessoal de um leitor transformada em artigo

“Jornalistas-cidadãos tendem a se tornar cada vez mais ativos nos sites de informação”, argumenta o artigo “A internet pode salvar as empresas jornalísticas”, publicado no site: http://envolverde.ig.com.br

A proposta básica deste blog, como o seu próprio nome sugere – “Consciência”, é, principalmente, expor conhecimentos básicos de filosofia e psicologia susceptíveis de reflexão e aplicação no dia a dia. Algo que aponta para uma transformação individual. Vamos compartilhar o conhecimento para, quem sabe, ajudar a sociedade a andar melhor.


Imagino que pessoas interessadas no autoconhecimento e em contribuir para o aumento da solidariedade do mundo servem certamente como exemplo para despertar atitudes semelhantes em outros.


Às vezes, neste sentido, há até quem possa relatar experiências de outras pessoas, suas conhecidas, que também servem como exemplo.


É neste particular que agora proponho aos leitores deste blog o envio de histórias sobre comportamentos bem sucedidos na vida, que contribuíram não apenas para a superação de seus próprios limites, mas, também, para o benefício de outros.


Recentemente, eu abordava com a amiga Márcia, revisora de meus textos, essa questão de as pessoas não terem consciência de determinados comportamentos prejudiciais na relação com os outros. Que bom quando o indivíduo acolhe a observação de um amigo íntimo sobre um comportamento indesejado e se esforça para superá-lo. Mas este é um caso incomum, já que as pessoas têm seus maus hábitos incorporados, sem consciência de suas consequências, e não dão liberdade para alguém se manifestar a esse respeito. Muitas vezes, as pessoas nem percebem o que fazem. 


Todos devem conhecer alguém muito indicado para uma terapia psicológica como recurso para autoanálise e mudanças positivas de comportamento. Ocorre que as pessoas costumam se achar sempre normais, chegando até mesmo a confundir terapia psicológica com tratamento psiquiátrico (“Eu não sou louco!”), ambos apropriados à natureza de cada caso.


Imagino que o ideal seria que todas as pessoas pudessem ter acesso à psicoterapia como apoio, pelo menos em certas fases da vida. Há muitos que sentem necessidade de buscar explicações em sua própria biografia e se tornar capazes de modificar a sua realidade.


É com esse propósito que convido pessoas a contar histórias, através de experiências que possam inspirar outras pessoas a modificar a vida, transformando-se em seres humanos mais úteis à saúde da sociedade... por que não, mais úteis para transformar o mundo!


Quem quiser relatar uma história não precisa se preocupar com o tamanho do texto e nem tampouco com a correta ortografia. Está aqui um jornalista disposto a fazer da experiência do leitor um artigo inspirador, destinado a quem deseja ampliar conhecimentos e melhorar a relação com a própria vida. Escreva para: tomsimoes@hotmail.com . É claro que não é necessário citar o nome do protagonista da história. A citação de nomes no artigo jornalístico dependerá da vontade do remetente.


Propositalmente, recheei o texto com vários comentários para dar ao leitor um leque de possibilidades de experiências motivadoras, dignas de registro. 

Disposição para mudanças...


Quando o indivíduo está passível de mudanças essenciais, nem sempre elas são perceptíveis pelo outro. A partir do processo do despertar da consciência, há um longo caminho a ser trilhado, em passos lentos, no silêncio... Há aqui um autocomprometimento. Não se espera a atenção do outro ou a gratificação por uma eventual repercussão externa. Há apenas o desejo de atingir uma paz interior. 


O início para uma mudança comportamental pode ocorrer em casa. Um homem, por exemplo, acostumado com as facilidades proporcionadas pela esposa, pode transformar o seu papel, descobrindo formas de contribuir para a dinâmica doméstica. Então, buscando minimizar a sobrecarga da mulher, que geralmente tem de equilibrar a responsabilidade da casa com o trabalho profissional, o homem pode ir à feira-livre, ao supermercado (ainda que para assumir a compra de produtos pesados – saco de arroz, refrigerantes...), lavar louça na ausência da ajudante doméstica, resolver o almoço num dia necessário (ainda que buscando a massa pronta na rostisseria) etc. Onde mais é possível facilitar?... 


Outra prática importante a ser iniciada é a tolerância com a família. O que se aplica com outras pessoas... É preciso despertar para controlar as “falas” comuns, muitas vezes desnecessárias e inconsequentes, já incorporadas ao vocabulário cotidiano, que, ou são ignoradas pela família ou originam discórdias (Pô!, meu pai é um chato, sempre falando a mesma coisa. Eu já sei ... eu já sei ...). A culpa é sempre do outro, não é mesmo? Então, por que não assumir o comportamento improdutivo e administrá-lo?


“Porque mudança também significa revolução”, diz o psicólogo Stanley Rosner (“O ciclo da autossabotagem”). Ele indaga: “O que motiva as pessoas a repetir comportamentos que vão contra sua felicidade, satisfação, sobrevivência e outras metas sensatas? Raramente reconhecemos os fundamentos profundamente arraigados de nossas repetições”. 

Manias arraigadas, como lavar as mãos em demasia, repetir gestos em números contínuos para evitar supostos maus acontecimentos, sinais repetitivos de benzimento... Há uma infinidade delas... Quem consegue por conta própria livrar-se de hábitos insensatos? No meu caso, consegui superar por esforço próprio o hábito da repetição de gestos contínuos... Ao me livrar dele, as minhas horas renderam bem mais, os meus dias se tornaram bem mais produtivos!

Orgulho 

O ser humano peca pelo orgulho e, não raramente, por sua ignorância. Isto o impede de agir como agente da própria transformação. Se as pessoas soubessem o que o “sacrifício” da superação pessoal lhes traz de retorno! O mundo muda. As outras pessoas não são mais as mesmas, passamos a vê-las diferentes!


O processo de mudança há de ser amplo. Deve ser manifestado também em relação ao meio ambiente, como uma atitude de consciência individual. É cômodo alegar que os outros não agem com atitudes de preservação: “Então, que diferença fariam as minhas atitudes?” Não desperdiçar água no chuveiro e para lavar a louça ou a roupa, evitar os sacos plásticos de supermercado, separar o lixo destinado à reciclagem, habituar-se a oferecer de quando em quando um lanche ao funcionário do condomínio, tornar-se mais atencioso com a funcionária doméstica, respeitar até quem não seja pessoalmente lá muito conveniente...


Deve haver também mudança na forma de cumprimentar pessoas, e até de percebê-las no ambiente de trabalho. Por exemplo, como você percebe os contratados por empresas de serviços terceirizados, que muitas vezes passam despercebidos, “invisíveis”, para tanta gente? Aquele sorriso que nunca se manifesta no dia a dia, por que não experimentá-lo e se surpreender com os resultados da disposição de se tornar diferente?


Comentários...


“Os blogs proporcionam a indivíduos comuns oportunidade de expressar suas opiniões sobre fatos da atualidade, incluindo observações sobre os comentários de outras pessoas. O fato de não ver ou ouvir os outros comentaristas tem a vantagem de nos libertar de certos preconceitos”, argumenta Peter Burke, historiador inglês, com tradução de Clara Allain, no artigo “Conversa fiada” (Folha de S.Paulo, Mais!, 9/8/2009).


Na crônica “Os desfiles da eternidade”, João Pereira Coutinho (Folha de S.Paulo, Ilustrada, 4/8/2009) escreve: “Não é novidade para ninguém que os homens há muito deixaram de se vestir como homens. Vestem-se como os filhos adolescentes que têm em casa, uma forma patética de se confundirem com eles e adiar o envelhecimento inevitável. Não sei quando começou o dilúvio. Desconfio que foi, algures, nos anos 60, quando se abandonou o chapéu. Ou talvez tenha sido antes, quando se abandonou a bengala”. 


Que coisa mais antiquada! Pode-se generalizar que pais que gostam de se vestir com roupas modernas estão todos necessariamente confusos? Eu, aos 61, poderia vestir a carapuça. Mas, como não me preocupo com a “velhice inevitável”, mas quero estar de bem com o presente e o passado, convivo harmoniosamente com os jovens. Visto-me esportivamente e falo com eles na linguagem adequada, o que facilita a aproximação natural e uma convivência extremamente produtiva. Eles gostam de estar comigo, e eu, com eles. Juventude e sabedoria adquirida convivem muito bem, para benefício de ambas as partes. Creio que patetice é se tornar ranzinza, coisa que apenas incomoda. 


Conheço pessoas mais velhas de quem é uma delícia estar ao lado. São alegres, cativantes e capazes de atrair um círculo de espectadores interessados em suas experiências de vida. Conheci recentemente uma dessas pessoas especiais, o avô do namorado de minha filha, cujo semblante revela a imagem de um homem feliz.

Então, “prolongar a juventude” no sentido de estar responsavelmente bem com a vida, por exemplo, bem como, se tornar referência para os mais jovens, é algo salutar na medida em que a todos beneficia. Assim, é preciso cautela com o discurso preconceituoso, que pode apenas fortalecer falsos valores, substituindo-o pela fala sensata, que facilite o diálogo produtivo entre gerações. Tenho observado em vários artigos que leio, focando uma e outra geração, que, ou a abordagem favorece os mais velhos ou vice-versa. Terceira idade versus adolescentes... Isso tem cabimento?


“Você tem de estar preparado sempre para a vida acabar a qualquer momento, mas acreditar que é eterno”, revela Abílio Diniz, 72, acionista do Pão de Açúcar (na entrevista “Em bom momento, Diniz sugere receita da felicidade”, Folha de S.Paulo, Dinheiro, 9/8/2009). Ele conta que “Foi um erro ter dado muito espaço para os executivos. Tivemos um período que não foi bom para a companhia. Do fim de 2007 para cá, as coisas mudaram com a chegada do Cláudio Galeazzi. É um jovenzinho de 69 anos com quem eu me entendo maravilhosamente bem. Temos uma sinergia excelente. É um grande companheiro. A companhia deixou de andar de lado e passou a retomar o rumo”. 


Necessariamente, deve existir uma simbiose entre o presente e o passado, sem o favorecimento de uma das partes. Existir a disposição para o crescimento mútuo, livre das convenções insensatas próprias da idade, o que já é visível em muitos locais, refletindo uma esperança para as futuras gerações. 


Falar menos e, sobretudo, evitar a crítica desnecessária e inconsequente. Ir em silêncio ao encontro de si mesmo, descomprometendo-se dos preconceitos e julgamentos, pode intensificar o interesse pela revolução pessoal.


Pelo entendimento...


É claro que, às vezes, é difícil conviver com o outro. Mas a verdadeira vontade para mudar é fundamental. A partir de então, se a convivência não for produtiva, pode-se justificar a separação, porém sem conturbação. O agente transformador se tornou uma nova pessoa.


O aprendizado, a tolerância, o reconhecimento..., aplicam-se em todas as instâncias da vida. Eu até já me acostumei com o praticante da academia de ginástica discursando sobre conceitos insensatos, sem que alguém concorde ou discorde. A pessoa não percebe o que faz. Os outros se acostumam com o palavreado. E ninguém tem coragem de levar o insensato à reflexão, por julgar deseducado... 


Em respeito a atitudes dessa natureza, que bom quando alguém é capaz de, em momento propício, a sós com o desavisado, tentar despertá-lo para o que se passa. Ainda que o outro não seja receptivo a princípio, certamente uma semente será lançada. Quem a lança não deve esperar o reconhecimento, mas sim a mudança do outro, para o seu próprio benefício. Pessoas com essa predisposição e capacidade para alertar o outro são, infelizmente, muito raras. 


Imagino haver sempre alguém por perto disposto a contribuir para o nosso aprimoramento humano e espiritual. Nós é que não observamos. Não desenvolvemos o lado intuitivo, sinalizador dessa presença. O egocentrismo geralmente é tão forte, que gravitamos apenas em torno de nós mesmos. Nem mesmo o olhar escapa dessa “egogravidade”. Assim, as pessoas se acostumam a atos repetitivos prejudiciais sem se darem conta, neles inclusos os julgamentos mecânicos, os preconceitos e as barreiras egoísticas.  

A minha arte é tentar arregimentar o outro para um novo entendimento da sua realidade pessoal. Há muito que se ler no dia a dia. Mas do que o Homem mais carece, a solução para manter o equilíbrio emocional, está em falta na mídia e é um tema ainda pouco procurado nas livrarias. Quem está consciente de seus incômodos emocionais e tem condição financeira, procura o psicólogo. A crença também pode facilitar o encontro do equilíbrio. 

A literatura que possibilita a tomada de consciência, caracterizada inadequadamente de “autoajuda”, é criticada por alguns intelectuais. Não defendo obras de qualquer qualidade, qualquer gênero, mas uma leitura capaz de levar indivíduos à reflexão e amadurecimento emocional só pode ser benvinda. Alguns criticam a repetitividade dos temas e termos. Vejo eu que versões e versões atendem a pessoas e pessoas. Algumas abordagens sensibilizam uns; outras, outros. Então, melhor é não deixar ninguém de fora. 


Lamento apenas em nosso país o ínfimo interesse das pessoas pela leitura cotidiana de livros e outras fontes de informação. Ainda assim, anima-me o número cada vez maior de pessoas interessadas, que venho observando na livraria que frequento. Livros não apenas enriquecem intelectualmente, são também poderosos companheiros na solidão. Não apenas na solidão entendida como não ter com quem compartilhar, mas também do estar solitário que leva ao encontro de si mesmo.

Então, quando o leitor considera que uma leitura ensina, conscientiza, amplia o entendimento humano e permite mudanças saudáveis de comportamento, imagino ser insensato condená-la com clichês pejorativos.


Acredito que, se o objetivo é conquistar a tranquilidade interior, agindo com liberdade responsável, a mudança pessoal deve ser desnecessariamente desvinculada da atitude crítica do outro. O outro só pode ser referência quando tiver algo de positivo a acrescentar ao meu processo de aprimoramento.


E você, leitor, o que teria a dizer sobre o tema?

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