É DIFÍCIL descrever.
Precisa chegar lá! A gente não se sente idoso, quando se mantém saudável em
todos os aspectos. São os outros que nos
veem velhos. Há jovens que se comportam como velhos. Mas cada indivíduo tem sua
história; portanto, não é somente aquilo que a gente vê. Eu me sinto preenchido.
E privilegiado, com a capacidade de me reinventar sempre. E de ser útil ao
mundo.
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“Se puder, envelheça”,
diz alegremente o músico Oswaldo Montenegro, 64. “A gente vai sacando que não
tem importância e que pouca coisa no mundo tem verdadeira importância. Ficar
velho é sacar nossa própria desimportância e ficar mais solto por isso”. Com mais
liberdade!
Com o tempo, a
gente aprende a ser mais a gente, a respeitar nossas características
peculiares. Aprende a inverter algumas prioridades e a escolher as pessoas que
queremos ao nosso lado. A gente aprende a eliminar os excessos e buscar o
essencial, aquilo que o dinheiro não pode comprar, como a benevolência e a
quietude. Aprende a se preencher com o silêncio, a esvaziar-se de si mesmo.
Quando
identificamos o que não é necessário, começamos a tomar decisões mais
conscientes e se livrar de tudo que é desnecessário na vida.
Para chegar a
essa condição, é preciso abrir mão de algumas coisas. Mas eu encaro tudo isso
como uma escolha. Porque cada um sabe o que é importante para si mesmo.
Nesta idade, é esta minha verdadeira condição. Basta-me possuir a
alegria do serviço criador, que dá um significado essencial à existência. E quando
o propósito comunga com a Lei Universal, ideias e caminhos são oferecidos ao
longo da nossa jornada.
Então, viver bem na velhice depende do que cada um entende como
felicidade e do que faz da sua vida para conquistar o estado de completude. Nessa
condição, também os jovens querem nossa companhia. E isso é maravilhoso. É
quando ambos se beneficiam com essa possibilidade harmoniosa: a vivacidade da
juventude e a sabedoria do idoso, que tem tanto a compartilhar.
Citando Leonardo da Vinci, “O conhecimento torna a alma jovem e diminui
a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o
amanhã”.
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