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sábado, 21 de junho de 2025

O QUE A ÁFRICA TEM A NOS ENSINAR

Ubuntu significa: “Eu sou porque nós somos” (ditado africano), uma filosofia que acredita na cooperação para alcançar a harmonia e a felicidade de todos  


Imagem: fonte desconhecida

 

Tom Simões, jornalista, Santos (Brasil), 21 de junho de 2025

 

Ubuntu é uma filosofia sul africana que está profundamente ligada à essência humana, à solidariedade e à convivência coletiva. Ubuntu não é apenas um conceito teórico, mas uma forma de viver. Ele valoriza o respeito ao outro, a empatia, a generosidade e o bem comum. É uma filosofia que reconhece que a humanidade de cada um está interligada à dos outros.

O bem comum (também comunidade, bem-estar geral ou benefício público) é o que é compartilhado e benéfico para todos ou à maioria dos membros de uma determinada comunidade.

Ubuntu exprime um conceito moral, uma filosofia, um modo de viver que se opõe ao narcisismo e ao individualismo tão comuns em nossa sociedade capitalista. Pode ser uma alternativa ecopolítica para uma convivência social e planetária pautada pelo altruísmo, fraternidade e colaboração entre os seres humanos.



https://www.youtube.com/watch?v=XWDwGDNOCD8

(maravilhosa)

 

A jornalista e filósofa Lia Diskin, dedicada a assuntos essencialmente humanitários, nos presenteou (no Festival Mundial da Paz, em Florianópolis) com um caso de uma tribo na África chamada Ubuntu. Ela contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta para sua casa. Como tinha muito tempo ainda até o embarque, ele propôs então uma brincadeira para as crianças, que achou ser inofensiva.

Comprou uma porção de guloseimas na cidade, botou num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Daí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse “Já”, elas deveriam sair correndo até o cesto e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces da cesta.

As crianças se posicionaram na linha demarcatória que o antropólogo desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse “Já”, instantaneamente, todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre elas e os comerem felizes.

O estudioso foi ao encontro delas e perguntou por que tinham ido todas juntas, se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces. Uma criança simplesmente respondeu:

 

“Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?”

 

Ele ficou pasmo. Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo.

Muitas vezes trabalhamos em cima de uma ideia ou uma convicção tão obsessivamente para ‘ajudar’ aqueles que consideramos ‘carentes’ ou para mudar os ‘inferiores’ sem perceber que eles têm o mesmo valor que nós. E até nos surpreendem, muitas vezes, com seu sentido ético e a forma de se relacionarem.

De acordo com Lia Diskin, falta ainda um pouco mais de tempo para compreendermos que não existe tal coisa como uma hierarquia cultural, ou seja, expressões culturais boas e más, certas ou erradas.

“Na ação de cada gesto ou na consideração que fazemos do ‘outro’, só conseguimos olhar para o próprio umbigo e, frequentemente, nos vermos como modelo e referencial. Olhamos as outras manifestações culturais, outros valores ou outras práticas sociais pelo nosso prisma, com os valores da nossa cultura.”

A isso a antropologia chama de ‘etnocentrismo’, ou seja, a ideia de que determinado grupo étnico ou cultura é o centro do mundo. É o pensamento de que uma cultura ou etnia é melhor ou mais importante que as outras.

O etnocentrismo envolve julgar a cultura do outro com base nas próprias crenças, moral, leis, costumes e hábitos. Embora não necessariamente conduza à crença de superioridade, coloca a própria etnia como eixo central da interpretação do mundo. 

 

           ·        Fonte consultada:

https://ensinarhistoria.com.br/ubuntu-o-que-a-africa-tem-a-nos-ensinar/

 

                                                                 *** 

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